Além de sofrer algumas sanções tarifárias dos Estados Unidos, como a elevação de 25% para 50% sobre aço e alumínio, o Brasil vive em meio ao conflito econômico entre o país do presidente Donald Trump e a China de Xi Jinping, uma vez que é parceiro comercial de ambos.
Presidente da Aliança Internacional do Milho (Maizall), Bernhard Kiep, afirma que “essa briga, sinceramente, não faz sentido entrarmos nela e defender um ou outro”.
Entrevistado desta quinta-feira (12) do programa Direto ao Ponto, Kiep ressalta que as relações são macroeconômicas com os Estados Unidos e, no caso da China, “precisamos ter orgulho que somos o maior fornecedor de alimentos, representando 25% do que ela compra”.
União de países com foco no milho
A Maizall é uma aliança entre Brasil, Argentina e Estados Unidos, fundada há cerca de 14 anos e tem como foco a produção de milho. Segundo o presidente, atualmente os três países representam mais de 80% do cereal exportado no mundo.

“Temos muitas barreiras, muitos problemas que juntos conseguimos resolver de uma maneira construtiva. Mesmo nós sendo concorrentes, sabemos que os nossos mercados que são, especialmente, contra os biológicos, só nos unindo é que vamos conseguir vender nossos produtos e vencer, até certo ponto, a ‘ignorância’ contra a biotecnologia”, salienta em entrevista ao Dia de Ajudar Mato Grosso.
A biotecnologia atualmente é item número um do foco da Maizall, conforme Kiep.
“Todos nós que participamos da Maizall temos um pouco o lado da ética de discutir coisas que fazemos. É uma questão, que eu diria, de ética e bom sendo de trabalharmos juntos e às vezes não de pensar só numa vitória de curto prazo e sim pensar numa estratégia de longo prazo. E por incrível que pareça, quando os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil se unem, a gente se torna muito forte”.
Biotecnologia debatida em missão na China
Kiep é diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) e participou recentemente de uma missão do governo federal na China. Entre os assuntos debatidos, a aprovação da biotecnologia utilizada pelo Brasil foi uma das pautas.
“Discutimos a sincronização das novas cultivares da biotecnologia. Ou seja, a evolução das sementes novas, das cultivares novas que não estamos conseguindo aprovar na China. Estamos tentando antes deles falarem não para as nossas cultivares, mostrar todo o trabalho feito aqui no Brasil que é muito sério em segurança alimentar e no desenvolvimento das sementes”.
O diretor da Abramilho comenta ainda que “os chineses estão falando, e evidentemente eles também usam um pouco para avaliar isso, porque eles estão vendo que com essa tecnologia nós crescemos mais rápido. E, como todo país, ele não quer ficar só importando. Ele também quer produzir”.
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Fonte: canalrural