A Presidência da República destinou pelo menos R$ 24 mil para custear a viagem de quatro assessores da primeira-dama, Janja da Silva, a capital da Itália. Esse montante se refere apenas às diárias pagas aos servidores. O valor das passagens não está incluído.
O presidente designou Janja para representar o Brasil na reunião de governança do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola. O evento ocorre na capital italiana entre esta segunda-feira, 10, e esta quarta-feira, 12.
As diárias foram concedidas a Claudio Adão Souza, Taynara Cunha, Edson Pinto e Julia Silva. Todos são servidores da Presidência da República. Cada um recebeu R$ 6 mil, correspondentes a 2,5 diárias internacionais. O governo autorizou o afastamento desses assessores de 9 a 14 deste mês.
O convite oficial para a participação da primeira-dama partiu do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Sem esse convite, a legislação impediria sua representação oficial no evento.
O afirmou que os dados sobre a comitiva e os gastos serão divulgados no Diário Oficial da União, mas não especificou uma data para a publicação.
Em 2025, Janja pretende focar sua atuação nos eventos sociais da COP30, a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), e na Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Essa iniciativa foi criada durante o encontro do G20.
Em novembro de 2024, quando Lula lançou a Aliança Global no G20, realizado no Rio de Janeiro, a primeira-dama organizou um festival cultural e social. Pelo seu envolvimento, o evento ficou conhecido como “Janjapalooza”.
Além da participação na reunião do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, a agenda de Janja em Roma inclui uma audiência com o papa Francisco nesta quarta-feira, 12. Ela também terá um encontro com a diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos da ONU. O retorno ao Brasil está previsto para quinta-feira 13.
No início deste mês, a primeira-dama passou a divulgar sua agenda institucional em sua conta no Instagram. Essa medida ocorreu em resposta às críticas sobre a falta de transparência em relação às atividades no governo. Desde 2023, sua presença na agenda oficial de Lula tem sido mais frequente. Isso gerou cobranças por maior clareza sobre seus compromissos e despesas.
Embora não tenha obrigação legal de divulgar uma agenda pública, por não ocupar um cargo oficial, Janja passou a despachar diariamente no Palácio do Planalto. Também participa de reuniões políticas do Executivo. O sigilo sobre os gastos públicos relacionados às suas viagens tem sido alvo de críticas.
Em um episódio recente, o governo federal se recusou quatro vezes a fornecer informações, por meio da Lei de Acesso à Informação, sobre os custos e o local de hospedagem de Janja durante uma viagem a Nova York, nos Estados Unidos. Na ocasião, ela integrou a comitiva brasileira do Ministério das Mulheres na 68ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da ONU.
Fonte: revistaoeste
