O Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos celebrou, na noite de segunda-feira (27), sua 47ª edição, marcada pela homenagem a reportagens e produções que ressaltam a defesa da democracia, dos direitos humanos e da justiça social. O evento ocorreu no teatro Tucarena, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e coincidiu com os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, símbolo da resistência contra o regime militar.
A cerimônia teve início com a exibição de imagens do ato ecumênico realizado na Catedral da Sé, em São Paulo, que rememorou a celebração inter-religiosa de 1975, considerada um marco de enfrentamento à ditadura. Durante o evento, a presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, fez um pedido público de perdão aos mortos e desaparecidos políticos, estendendo o gesto a seus familiares.
Em discurso emocionado, Ivo Herzog, filho do jornalista, destacou a importância da memória e da verdade. “O nome do meu pai tornou-se sinônimo de resistência. Este prêmio é um tributo vivo a todos que não se calam diante da injustiça”, afirmou.
Entre as novidades, a organização instituiu uma categoria especial dedicada à defesa da democracia, voltada a produções sobre o cenário político e o Estado Democrático de Direito. Os vencedores foram a reportagem “Os kids pretos: O papel da elite de combate do Exército nas maquinações golpistas”, de Allan de Abreu (Revista Piauí), e o documentário “8/1 – A democracia resiste”, de Henrique Picarelli e equipe (GloboNews).
O programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), recebeu menção honrosa na categoria “Produção Jornalística em Vídeo” pelo episódio Mães de Luta, que retrata a busca de mulheres por justiça e reparação em casos de violência policial.
Além da nova categoria, o prêmio reconheceu trabalhos de destaque em diversas áreas, como texto, vídeo, fotografia, multimídia, arte, áudio e livro-reportagem. Entre os vencedores estão Diogo Braga (Arte), Márcia Foletto (Fotografia), Vinicius Sassine (Áudio), Artur Rodrigues (Multimídia), Isabel Harari (Texto), Iolanda Depizzol (Vídeo) e Sérgio Ramalho (Livro-reportagem).
Com meio século de legado, o Prêmio Vladimir Herzog reafirma o compromisso do jornalismo brasileiro com a liberdade de expressão e a memória democrática, mantendo viva a luta por justiça e direitos humanos que marcou a trajetória de Vlado.
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Fonte: cenariomt






