Por que o grupo conservador planeja boicotar o show de Bad Bunny no Super Bowl: entenda mais!

Bad Bunny é um dos artistas que tem tido voz ativa contra as políticas anti-imigração do governo de Donald Trump, atual Presidente dos Estados Unidos. O posicionamento do astro porto-riquenho tem gerado reações em grupos políticos conservadores, que viram como negativo o fato de a liga esportiva NFL ter anunciado, no mês passado, a escolha do cantor como atração principal do Halftime Show do Super Bowl de 2026. Nesta quinta-feira (9), o Turning Point USA, um desses grupos, anunciou um outro evento na mesma data do megaevento esportivo como contraprogramação ao show do porto-riquenho.

Fundado pelo ativista político de direita estadunidense Charlie Kirk, que foi assassinado em setembro do ano passado, o grupo Turning Point USA anunciou, através das redes sociais, o evento All American Halftime Show. A programação está marcada para ocorrer em 8 de fevereiro, mesmo dia em que Bad Bunny irá comandar o show de intervalo do Super Bowl.

“É verdade, o Turning Point USA está empolgado em anunciar o All American Halftime Show“, dizia um banner publicado no perfil do grupo político no X (antigo Twitter). A imagem destaca, ainda, que o evento estará “celebrando fé, família e liberdade” e promete divulgar em breve maiores informações, como a lista de artistas que irão performar.

HUGE ANNOUNCEMENT

It’s true, Turning Point USA is thrilled to announce The All American Halftime Show.

Performers and event details coming soon.

2.8.2026https://t.co/HBHGfXj6yUpic.twitter.com/HYUs6BqgVL

— Turning Point USA (@TPUSA) October 9, 2025

O portal PennLive veiculou que a banda de post-grunge estadunidense Creed é cotada para ser a atração principal do evento, a respeito do qual ainda não se sabe se terá a mesma duração do show de intervalo de Bad Bunny no Super Bowl, se terá venda de ingressos e se será transmitido.

Trump diz não conhecer Bad Bunny ao comentar escolha do artista para o Super Bowl: “nunca ouvi falar”

A escolha de Bad Bunny como headliner do Show do Intervalo do Super Bowl 2026 incomodou e muito a direita dos Estados Unidos. Depois de um porta voz da Casa Branca confirmar que haverão ações da ICE, agência responsável por deportações de imigrantes ilegais, no local do evento, agora Donald Trump afirma que a escolha por Bunny é “loucura” e que ele “nunca ouviu falar” no artista.

Em entrevista ao NewsMax, o presidente norte-americano se referiu a Bad Bunny como “Bad Bunny Rabbit, seja lá qual for o nome dele” e chegou a afirmar que não conhecia o artista porto-riquenho: “Nunca ouvi falar dele. Não sei quem ele é. Não sei por que estão fazendo isso. É tipo, loucura”.

Trump ainda fez críticas a Jay Z e a sua empresa Roc Nation, responsáveis pela escalação dos artistas para o Halftime Show. “Depois eles irão culpar algum produtor que eles contrataram para escolher o entretenimento (do jogo). Acho tudo isso absolutamente ridículo,” disparou.

Bad Bunny, uma grande estrela

Mesmo Donald Trump afirmando que não conhece Bad Bunny, o que deve ser no mínimo irreal, o artista porto-riquenho é uma das maiores estrelas da música na atualidade. Nos últimos anos, ele somou mais de 80 milhões de ouvintes mensais no Spotify, sendo superado apenas por Taylor Swift em 2023 e 2024.

Além disso, Bad Bunny acabou de realizar uma residência histórica de 31 datas em seu país, quebrando todos os recordes de venda no local. O último show da série, inclusive, foi transmitido pela Amazon Music e se tornou a transmissão ao vivo mais assistida na história da plataforma.

Uma pedra no sapato de Trump

Bad Bunny vem sendo uma voz importante na crítica ao governo Trump, especialmente no que tange os temas de imigração nos Estados Unidos. O artista, inclusive, não incluiu o país em sua turnê mundial do álbum “Debí Tirar Más Fotos” e chegou a justificar sua decisão afirmando que o governo poderia usar a ocasião para capturar imigrantes.

Agora, confirmado como grande atração do Halftime Show do Super Bowl do próximo ano, Bad Bunny vem sofrendo críticas por parte da ala Trump e seus aliados. No último dia 1º, Corey Lewandoski, que é conselheiro do presidente norte-americano, participou do podcast The Benny Show, onde afirmou que “nenhum imigrante ilegal está a salvo” e que a agência ICE certamente irá trabalhar no Levi’s Stadium em Santa Clara, Califórnia, local da apresentação.

“Não há nenhum lugar onde você possa oferecer refúgio seguro para pessoas que estão ilegalmente neste país. Nem no Super Bowl nem em nenhum outro lugar. Nós os encontraremos, os prenderemos, os colocaremos em um centro de detenção e os deportaremos. Saiba que essa é uma situação muito real nesta administração, que é contrária ao que costumava ser”, disse.

Além de confirmar ações da ICE no dia 8 de fevereiro, Lewandoski ainda criticou a escolha de Bad Bunny para o show do intervalo do Super Bowl, símbolo do povo e cultura estadunidense.