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uem nunca passou por aquela situação super constrangedora em um evento social ou no almoço de família, quando surgem as perguntas do tipo “E os namoradinhos?” ou “Quando é que vai casar?”.
As pessoas até podem achar que estão sendo fofinhas, mas essas perguntas carregam uma pressão social bem pesada, que pode gerar ansiedade, insegurança e até aquela sensação horrível de que você está “atrasada na vida”.
A psicóloga garante que essa pressão vai muito além da simples curiosidade alheia: ela mexe com camadas bem profundas da nossa mente, ecoando vozes que nem sempre são realmente nossas.
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Por que todo mundo fica nessa neura?
Desde pequenininhas, somos bombardeadas com narrativas que colocam o par romântico como o ápice da felicidade. Pensa só nos contos de fadas, nas novelas, nas comédias românticas: o “felizes para sempre” quase sempre termina com duas pessoas juntas.
Essa é a voz do coletivo consciente, tipo aquelas expectativas que a sociedade construiu ao longo dos anos através de tradições, redes sociais e modelos de “sucesso”. Ela fica sussurrando no nosso ouvido que existe um caminho “certo” a seguir, um roteirinho de vida que inclui encontrar um parceiro, casar e talvez ter filhos.
Mas existe também uma voz do coletivo inconsciente. O famoso psiquiatra Carl Jung falava sobre o “inconsciente coletivo”, tipo uma camada mais profunda da nossa mente que guarda padrões universais que todos nós herdamos sem nem perceber.
O arquétipo da união, de nos sentirmos incompletas sozinhas, é uma força bem poderosa mesmo. O problema é quando essa busca vira uma imposição de fora para dentro, porque ela pode nos desviar daquilo que é realmente importante para você.
O anel e “metade da laranja”
Nesse contexto todo, símbolos como o anel de compromisso ou de casamento ganham um peso enorme na nossa cabeça.
O anel é um símbolo ancestral de totalidade, eternidade e união. Mas sabe o que acontece? Sob essa pressão social toda para namorar ou casar, o anel pode virar um símbolo de status, tipo um “selo de aprovação” de que você “cumpriu a etapa esperada”.
Da mesma forma, essa história toda de que somos “metades da laranja” ou que precisamos de uma “alma gêmea” para nos completarmos é um conceito romântico que está bem enraizado na nossa cultura. Por mais poético que seja, isso pode ser psicologicamente perigoso, porque sugere que somos incompletas sozinhas,
Ficar procurando incessantemente uma “metade” fora pode ser só a gente buscando ser inteira. A pressão social, nesse caso, pode nos empurrar para buscar no outro o que, na real, só podemos encontrar em nós mesmas.
Bora aprender com tudo isso
Tatiana reconhece que, quando bate aquela pressão, dói mesmo! Afinal, ninguém gosta de se sentir julgada ou “atrasada”. Mas dá para virar o jogo. Em vez de sofrer com essa pressão, é possível usá-la como um detector de coisas que precisam ser trabalhadas em nós.
Quando alguém fala “cadê o namorado?” e você se sente mal, para um pouquinho e se pergunta: do que exatamente eu tô sentindo medo?
Pode ser:
- Medo de ficar sozinha para sempre.
- Medo de ser “esquisita”.
- Medo de não ser digna de amor.
- Insegurança sobre seu valor.
A pergunta que não quer calar é: “Eu quero namorar porque EU realmente quero ou porque todo mundo espera que eu queira?”
Se a resposta for a segunda opção, melhor repensar, né?
Como responder as perguntas inconvenientes
Lidar com pressão externa exige um posicionamento bem firme. Por isso que saber dar limite é um ato de autoproteção e respeito pelo que você quer fazer da sua vida. Isso pode significar ou pensar em respostas prontas e tranquilas para essas perguntas invasivas.
Tatiana dá alguns exemplos:
- “Estou focando nas minhas prioridades agora, e estou MUITO feliz com o meu caminho.”
- “Quando for pra ser, vai ser no meu tempo. Estou aproveitando cada fase da minha vida.”
- “O amor chega quando tem que chegar, e o importante é que ele seja genuíno, não forçado.”
E olha só: essas frases não são só respostas para aquela tia; são afirmações para você mesma, que reforçam sua autonomia e seu direito de viver a vida que você quer.
Autenticidade é tudo
A pressão para casar ou namorar é um ponto de tensão bem intenso. Mas também é uma chance incrível de se conhecer melhor. A verdadeira felicidade não tem nada a ver com a “metade da laranja”.
Ela está na autenticidade e na aceitação total de si mesma. Você já é completa! E isso não tem nada a ver com ter ou não ter alguém do seu lado.
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Fonte: capricho