O vereador por Cuiabá Dilemário Alencar (Podemos) disse, na manhã desta quarta-feira (4), que vai apresentar um requerimento com solicitação para o afastamento de Emanuel Pinheiro (MDB) do cargo de prefeito da Capital. A solicitação ocorre depois que o primeiro boletim do Gabinete de Intervenção apontou rombo de R$ 350 milhões na Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“Na segunda-feira eu já havia anunciado a possiblidade do pedido de afastamento. Agora com mais essa revelação não tem com mais a Câmara Municipal se omitir. Estarei ainda hoje conversando com vereadores para pedir apoio e providenciando o pedido de afastamento”, disse o vereador.
O relatório foi apresentado à imprensa nesta quarta-feira (4). Segundo o parecer, o interventor, Hugo Lima, encontrou o caixa da secretaria quase zerado, apontando que não existem recursos para honrar compromissos com fornecedores de medicamentos e insumos, bem como para honrar diversos direitos trabalhistas a servidores que estão em atraso, como prêmio saúde, 1/3 de férias, adicional noturno e acertos rescisórios.
“É extremamente grave essa denúncia, visto que de 2020 a 2022, a saúde teve orçamento financeiro de R$ 4 bilhões. Só no exercício de 2022 saíram dos cofres da saúde mais de R$ 1,3 bilhão”, disse o parlamentar.
Salários priorizados
Hugo e seu grupo de trabalho decidiram priorizar o pagamento da folha de pessoal com os recursos que aportarem no caixa da Secretaria de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Documento divulgado aponta um caos na Pasta do município, que não tem dinheiro nem para honrar as dívidas mais urgentes.
“A situação da saúde de Cuiabá é de evidente colapso financeiro, tendo em vista a existência de dívidas sem o respectivo recurso financeiro para pagamento. O estouro apurado até o momento supera 350 milhões de reais, não havendo dinheiro em caixa para honrar sequer as dívidas mais urgentes da saúde”, aponta trecho do documento.
Em virtude desta condição, o interventor decidiu que priorizará o pagamento da folha de pessoal com os recursos que aportarem no caixa da Secretaria de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, até que se tenha uma clara definição sobre o fluxo de repasses a serem realizados pela Prefeitura de Cuiabá.
“O que mais preocupa o interventor é que parcela relevante dos recursos da saúde depende de repasses da Secretaria de Fazenda do Município, sendo do Secretário de Fazenda e do Prefeito a decisão de transferir os respectivos recursos”, diz outro trecho do documento.
Fonte: esportesenoticias