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Política

Processo sobre Ferrogrão no STF é suspenso por 90 dias por decisão de Moraes

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou por mais 90 dias o processo que analisa a legalidade da construção da Ferrogrão — a ferrovia EF-170, que vai ligar o Pará a Mato Grosso. A decisão foi proferida nesta quarta-feira, 15.

O projeto, que propõe uma ferrovia de 933 quilômetros que conectará o Porto de Miritituba (PA) a Sinop (MT), está paralisado desde 2021. Isso porque Moraes emitiu uma liminar que suspendeu a continuidade dos estudos e a contratação para a obra. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também participa das discussões da Ferrogrão.

Em setembro de 2023, a pausou a ação movida pelo Psol contra a construção da Ferrogrão pelo período de seis meses. A decisão permitiu a finalização de estudos e atualizações sugeridas no processo.

O progresso do projeto agora depende da consulta aos povos indígenas da região. Devem ser realizadas audiências com os indígenas para abordar temas como compensações ambientais e a realização de estudos aprofundados.

Ao justificar a nova suspensão, Moraes ressaltou que o processo de conciliação sobre a Ferrogrão está em um “estágio avançado”. A Advocacia- da (AGU) submeteu um novo parecer ao STF, alterando sua anterior e argumentando pela inconstitucionalidade da lei que autoriza a construção.

Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a AGU havia defendido a legislação. A Ferrogrão é um dos principais projetos de infraestrutura na Amazônia e enfrenta intensa resistência de organizações não governamentais brasileiras.

A ferrovia tem o potencial de se tornar um corredor crucial para o transporte da produção agrícola do Norte do Brasil. O projeto foi idealizado no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Quase uma década depois da sua idealização, a obra ainda não foi iniciada, em decorrência da de indígenas e organizações não governamentais. Em março deste ano, os indígenas conseguiram pressionar o governo para adiar novamente o progresso do projeto.

Partidos de esquerda, sobretudo o Psol, assim como ambientalistas se opõem à ferrovia, porque ela passará por 53 km da borda de uma reserva indígena, exigindo 862 hectares para o leito e a faixa de domínio dos trilhos.

Fonte: revistaoeste

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