A Polícia Rodoviária Federal (PRF) determinou que os servidores participem de um curso obrigatório de Direitos Humanos que inclui um questionário sobre identidade política e afinidade partidária.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a novidade gerou desconforto e receio entre os agentes, que não receberam explicações claras sobre o uso das informações coletadas.
No questionário, os servidores devem indicar sua posição política e afinidade partidária, com opções que vão de extrema esquerda a extrema direita.
Sobre os partidos, os policiais devem marcar um entre estes: Democratas, Partido Democrático Trabalhista, Partido do Movimento Democrático Brasileiro, Partido da Social Democracia Brasileira, Partido Socialismo e Liberdade, Partido dos Trabalhadores, Partido Trabalhista Brasileiro e Partido Verde, entre outros.
Apesar da obrigatoriedade do curso, a PRF afirmou que o questionário é facultativo e anônimo, e que as informações não serão acessadas pela instituição.
“A intenção é que o servidor faça o questionário para um autoconhecimento”, explicou a corporação.
Chamado Teste de Associação Implícita, o questionário foi desenvolvido por Harvard e as respostas são registradas diretamente no site da universidade, sem registro na PRF. O curso é mandatório para quem ingressou na corporação antes de 2022 e para servidores administrativos.
“O formulário foi planejado para que o aluno reflita, de forma autônoma, sobre a influência de vieses cognitivos durante a interação policial com grupos vulnerabilizados”, disse a PRF.
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) investiga a situação e ainda não se pronunciou. A PRF afirmou que combater o racismo estrutural e promover a diversidade são metas estabelecidas pela matriz de fundamentos para a atividade policial, lançada em dezembro 2023.
O curso abrange cinco unidades: fundamentos dos direitos humanos; conhecimento humano e direitos humanos; vieses cognitivos, diversidade, empatia e grupos vulneráveis; violência e criminalidade; enfrentamento aos crimes contra direitos humanos.
Fonte: revistaoeste