Dos 11 partidos que compõem a base ministerial do governo Lula, sete questionam a vitória de nas eleições presidenciais da Venezuela, ocorridas em 28 de julho. Apenas dois admitem o resultado.
O resultado é contestado por MDB , PSD, União Brasil, PSB, PP, Republicanos e Rede Sustentabilidade. PT e PCdoB reconhecem como legítima a reeleição do ditador venezuelano.
O Psol, que ocupa a pasta do , contrariou a lógica de apoio ao governo e mostrou-se neutro.
Em nota, o partido da ministra Sonia Guajajara disse exigir transparência, mas criticou o risco de eventuais “ameaças golpistas”.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, justificou o posicionamento da Rede Sustentabilidade ao declarar que o processo eleitoral venezuelano não representa o sentido de democracia.
No comando de dois ministérios (Integração e Desenvolvimento Regional e Previdência Social), o PDT afirmou que vai anunciar sua posição na próxima semana, depois de novas análises internas.
Alguns dos partidos que questionam as eleições venezuelanas foram duros nas críticas, segundo declarações publicadas no site Poder360.
O MDB, por exemplo, disse que “passou da hora”, referindo-se a uma suposta negligência de Lula em relação a Maduro.
O PSD argumentou que “não há como reconhecer a eleição”, enquanto o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, declarou que a eleição não foi “livre, transparente e democrática”.
O PP aproveitou a polêmica para criticar o PT. Presidido pelo senador Ciro Nogueira, a legenda afirmou que democracia para o partido de Lula é demagogia eleitoral.
O PT, no entanto, emitiu nota oficial citando a reeleição de Maduro como um ato democrático. O PCdoB foi mais enfático: parabenizou o governo da Venezuela e classificou o processo eleitoral como “seguro”.
O presidente Lula continua cauteloso, apesar das frequentes críticas por parte da comunidade internacional, especialmente de países como Estados Unidos e Argentina.
Em recente visita ao Chile, o presidente brasileiro disse ser normal as pessoas terem visões diferentes sobre as mesmas coisas. Sua fala resgatou uma ideia defendida pelo petista em junho do ano passado, quando disse que a “democracia é relativa”.
Lula é criticado porque, segundo opositores, nega a realidade de que houve fraude nas eleições venezuelanas. Em vez de contestar os resultados, reclama a oposição, Lula ignora a gravidade do processo.
Em 30 de julho, dois dias depois das eleições na Venezuela, Lula não reconheceu publicamente a vitória de Maduro. Contudo, disse que não considerava “nada de anormal” no processo eleitoral e criticou a imprensa brasileira, que estaria tratando a questão como se fosse a Terceira Guerra Mundial.
Fonte: revistaoeste