“O governo é um governo técnico. Nosso governo ele preza pela eficiência. Nós não trabalhamos muito com essa relação de barganha com ninguém […] muito menos com partido. Fico feliz, o MDB é um partido que tem lá muitos amigos, muitas pessoas queridas, e vamos tratar todos bem. Nós temos que procurar tratar com devido respeito e com a devida separação de atribuições que tem o Executivo e o nosso Legislativo”, declarou à imprensa na manhã desta quarta-feira (27).
Apesar da fala ‘dura’, Mauro admitiu que conversa sim com demais autoridades para a tomada de decisões quanto às nomeações, no entanto, destacou que a decisão final cabe a ele.
“A Assembleia nunca me cobrou isso. Não vejo problema em ter algumas sugestões de parceiros, de amigos, de partidos. Para escolher o secretário de Segurança, eu ouvi algumas pessoas. Então, é natural que você ouça um conjunto de deputados, porque eles também têm legitimidade para exercer um mandato e sugerir ou opinar. A decisão final é minha, que sou chefe do Executivo”.
Na sequência, o governador foi questionado quanto ao posicionamento da forte liderança emedebista poder significar um afastamento da sigla do grupo do atual mandatário do Palácio Paiaguás nas eleições de 2026. Visto que, atualmente, o partido tem atuado como base na gestão de Mendes e poderá tentar buscar maior independência daqui a dois anos.
Mendes disse não observar como um problema, na justificativa pessoal de que, atualmente, não são os partidos que influenciam no voto popular, mas sim a conexão do próprio candidato com os eleitores, principalmente por meio das redes sociais.
“Desde 2018, ficou muito demonstrado que a política está mudando nesse país. E a política está mudando não porque os políticos estão conduzindo essa mudança. A mudança acontece no país conduzida e liderada pelo cidadão. Usando um mecanismo chamado rede social”, começou o governador, que ainda concluiu:
“As decisões não mais são orientadas pelos partidos ou caciques políticos que outrora tiveram muito peso”.
A fala pode ser interpretada como uma referência direta ao presidente do MDB, ex-deputado federal Carlos Bezerra, tido como um dos grandes caciques do partido ao longo da história política mato-grossense.
A relação da deputada Janaina Riva com o governador está desgastada desde as eleições para a Mesa Diretora na Assembleia Legislativa, em que a parlamentar seria candidata à primeira secretaria da Casa. Mas foi impedida de concorrer porque líderes do governo também almejaram o cargo. Por fim, a legisladora abriu mão da vaga.
Vale lembrar que Janaina também está de olho na disputa para o Senado em 2026, cargo que o governador Mauro Mendes também poderá pleitear e ser forte concorrente.
Fonte: leiagora