Durante uma entrevista à RedeTV! veiculada neste domingo, 10, o Luiz Inácio Lula da Silva comentou a situação política na Venezuela e a de seu líder, Nicolás Maduro. O petista declarou que o ditador não é um “problema” do Brasil, mas, sim, do país vizinho.
O presidente brasileiro ressaltou que cabe à população venezuelana administrar seu governo e que o Brasil deve evitar interferir nos assuntos internos de outras nações.
“Eu aprendi que a gente tem que ter muito cuidado quando a gente vai tratar de outros países e de outros presidentes”, disse o petista. “Eu acho que o Maduro é um problema da Venezuela, não é um problema do Brasil.”
Apesar de ter ido ao ar neste domingo, a conversa foi gravada na última quarta-feira, 6. Nos últimos meses, Lula evitou discutir publicamente as relações com a Venezuela, especialmente depois de uma série de .
Maduro e órgãos sob seu comando criticaram o governo brasileiro, numa escalada do clima de tensão entre os países.
Lula expressou seu desejo de que o povo venezuelano viva com dignidade, mas afirmou que sua principal responsabilidade é com os interesses do Brasil. O presidente brasileiro também discutiu as eleições na Venezuela, marcadas por controvérsias e questionadas por países e organizações internacionais.
“Eu quero que a Venezuela viva bem, que eles cuidem do povo com dignidade. Eu vou cuidar do Brasil, o Maduro cuida dele, o povo venezuelano cuida do Maduro, e eu cuido do Brasil. E vamos seguir em frente”, afirmou o petista. “Porque também não posso ficar me preocupando. Ora brigar com a Nicarágua, ora brigar com a Venezuela, ora brigar com não sei com quem. Tenho é que tentar brigar para fazer este país dar certo.”
Lula disse que o governo brasileiro não reconheceu a vitória de Maduro em razão de preocupações com a transparência do processo eleitoral. Segundo o petista, a postura reflete a cautela do Brasil em relação ao cenário político venezuelano e sua busca por uma posição neutra.
As relações entre Brasil e Venezuela se deterioraram significativamente nas últimas semanas, com um intenso direcionamento de críticas da ditadura de Maduro ao Brasil. O ministério das relações exteriores do Brasil, o Itamaraty, expressou preocupação com os eventos.
Já o regime venezuelano classifica a postura brasileira como intervencionista. A situação se agravou ainda mais depois que o Brasil vetou a entrada da Venezuela de uma lista de países convidados para integrar o Brics — decisão que Caracas interpretou como uma agressão diplomática.
Em meio a esse cenário, as trocas de acusações entre os governos continuaram. Maduro e seu regime fizeram declarações ofensivas sobre o Brasil e o presidente Lula, enquanto o governo brasileiro se defendeu das alegações.
Fonte: revistaoeste