Representantes do , organização internacional de mulheres pela liberdade, desembarcaram em Brasília, nesta terça-feira, 29, para clamar pela libertação da ativista venezuelana María Oropeza, há dois meses detida no El Helicoide, maior centro de tortura da América Latina.
Em agosto, María Oropeza, dirigente do partido de oposição Comando Con Venezuela, no Estado de Portuguesa, filmou agentes da ditadura de Nicolás Maduro ao invadir a sua residência.
Anne Dias, presidente do Lola Brasil, e Sâmila Monteiro, líder do Lola no Rio grande do Sul e integrante da equipe jurídica da organização, foram até a Comissão de Relações Exteriores e ao Ministério de Relações Exteriores.
O grupo encaminhou aos ministérios a pauta da Resolução 46/2024 da Comissão Interamericana de direitos Humanos (CIDH). O texto solicita a libertação imediata de María.
No documento, as líderes do Lola também lembraram o recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as violações cometidas pelo regime venezuelano contra opositores. O ofício dedica quatro páginas ao caso de María, com detalhes sobre as condições “cruéis e o tratamento desumano” a que a ativista está submetida.
Além disso, Anne Dias e Sâmila Monteiro participarão de uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. A audiência visa a reforçar o apelo por justiça para María Oropeza e outras vítimas.
O encontro foi provocado por meio do pedido do deputado Luiz Philippe de Bragança Orleans (PL-SP) ao Tribunal Penal Internacional, para que Maduro seja responsabilizado por crimes contra a humanidade.
“A presença de María Oropeza no relatório da ONU e o respaldo de entidades como a CIDH mostram que há uma voz global e uníssona pedindo justiça”, disse Anne Dias. “Nosso papel aqui em Brasília é reforçar esse clamor e garantir que as autoridades brasileiras contribuam para a libertação de María e a responsabilização de seus opressores.”
“Estamos aqui para mostrar que não ficaremos em silêncio diante das atrocidades cometidas na Venezuela”, afirmou Sâmila Monteiro. “María representa a luta de muitos por justiça e liberdade, e nosso papel é garantir que o mundo veja e responda a essas violações.”
As ativistas também farão visitas aos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Janaina Riva (MDB-MT), Adriana Ventura (Novo-SP), Luiz Philippe de Bragança Orleans e outros parlamentares. Os encontros tem como objetivo solicitar que formalizem pedidos ao Itamaraty pela libertação de María Oropeza.
“A libertação de Oropeza seria um símbolo de esperança para os demais presos políticos e reforçaria o compromisso do Brasil com a defesa dos direitos humanos na região”, informou o Lola.
De acordo com o movimento, a visita a Brasília busca mobilizar o apoio das autoridades brasileiras e aumentar a conscientização sobre a situação na Venezuela.
Fonte: revistaoeste