Nos últimos três anos, a empresa Medeiros & Medeiros Ltda, associada à família do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), investiu R$ 5,8 milhões em imóveis. Motta é cotado para, em 2025. A empresa possui patrimônio cinco vezes maior que o valor de R$ 1,1 milhão declarado por Motta em 2022.
Os ativos da companhia incluem uma casa em construção em Brasília e uma fazenda na Paraíba. Ela atua na locação, na compra e na venda de imóveis, segundo registros na Junta Comercial da Paraíba. As informações são do UOL.
Fundada no início do terceiro mandato de Motta, em 2019, a empresa está registrada no nome da mulher dele, Luana Medeiros Motta, e dos dois filhos menores. Não há, contudo, ilegalidade em famílias possuírem bens em nome de empresas.
Motta afirmou que “todos os dados contábeis e movimentações financeiras referentes às atividades do deputado Hugo Motta e de sua família estão dentro da legalidade e com as devidas declarações junto aos órgãos competentes”.
Em 2022, a Medeiros & Medeiros Ltda adquiriu um terreno de R$ 2,2 milhões no Lago Sul de Brasília. O plano era construir uma casa para a família. O vendedor do terreno foi Marcos Joaquim, advogado que já representou Eduardo cunha, primeiro mentor de Motta em Brasília.
No mês de março, a empresa de Luana comprou uma fazenda, que pertencia ao ex-senador Raimundo Lirade, com 287 hectares em Serraria (PB). O valor do repasse da propriedade foi de R$ 2,7 milhões. As terras contam com uma estrutura ampla, incluindo casas, curral e açudes. Dias antes, a empresa havia adquirido um terreno de R$ 900 mil em Patos, no interior da Paraíba, onde antes havia um cinema.
Luana Medeiros Motta é assessora na Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf) e recebe um salário de R$ 17 mil mensais. Seus pais, empresários do setor de lixo e engenharia, enfrentam acusações de fraude e desvio de recursos em Cabedelo (PB) que chegam a R$ 4,8 milhões.
Na declaração de bens ao TSE, Motta detém metade de uma aeronave avaliada em R$ 100 mil, em parceria com a Avpar Participações, onde Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) é sócio.
Motta e Ribeiro compartilham o uso do avião, adquirido em 2020, com valores de avaliação que variam entre R$ 62 mil e R$ 300 mil. Em 2022, o uso do avião na campanha de Ribeiro foi considerado irregular, sendo uma doação de R$ 40 mil de Motta a Ribeiro, o que não é a legislação atual proíbe.
Motta declarou que o Tribunal Superior Eleitoral aprovou sua prestação de contas. “Foi feita uma doação, declarada à Justiça Eleitoral, para o seu uso pelo deputado Aguinaldo Ribeiro, que teve a prestação de contas aprovada pelo TRE-PB.”
A equipe de Ribeiro confirmou ao UOL que a Justiça Eleitoral também aprovou suas contas.
Fonte: revistaoeste
