A (CEP) da Presidência da República impôs uma punição a Janir Alves Soares, ex-reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Ele enfrentou a sanção por ter se referido ao presidente como “ladrão”, “corrupto” e “descondenado”. Além disso, Janir participou do bloqueio de uma rodovia em Minas Gerais depois da derrota de Jair Bolsonaro (pl) nas eleições de 2022.
De acordo com a Comissão de Ética, Janir agiu com falta de “decoro” e “urbanidade”. O órgão colegiado também observou que o professor utilizou sua posição para “endossar suas manifestações de cunho político-partidário”.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Janir criticou o (PT). O vídeo foi publicado dois dias antes das eleições de 2022. Ele também criticou o então candidato Lula. Na gravação, ele fez uma referência ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A gente percebeu, ao longo daqueles 16 anos — não é fala minha, é do Gilmar Mendes, excelentíssimo ministro do Supremo Tribunal Federal —, que durante o governo do PT instaurou-se a cleptocracia no país”, disse Soares.
No mesmo vídeo, o ex-reitor elogiou o governo federal e citou projetos que diversos ministérios estavam desenvolvendo no âmbito da UFVJM. A Comissão de Ética avaliou que essa declaração soou como um pedido de voto implícito ao então presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
Janir também foi julgado por participar de um bloqueio na Rodovia BR-367, em 1º de novembro de 2022, depois da derrota de Bolsonaro para Lula. Ele enviou uma carta à Polícia Militar de Minas Gerais para solicitar apoio. Na mesma correspondência, Janir se apresentou como defensor de uma intervenção federal.
Como consequência, o ex-reitor recebeu uma censura ética, que representa uma “mancha” no currículo do servidor. A decisão da Comissão de Ética ocorreu durante uma reunião em 23 de setembro.
O colegiado decidiu abrir o processo de apuração. Isso ocorreu depois de receber denúncias da Associação dos Docentes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (ADUFVJM). O Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sinfes) também enviou denúncias.
Janir atuou como reitor da UFVJM, localizada em Diamantina, Minas Gerais, durante o governo Bolsonaro. Com a transição para o governo Lula, ele permaneceu no cargo até agosto de 2023. Nesse mês, Janir enfrentou as eleições para a reitoria, em que obteve apenas 2,7% dos votos da comunidade acadêmica. Com isso, ficou em quarto lugar e ficou fora da lista tríplice.
Fonte: revistaoeste