A Câmara Municipal de São Paulo rejeitou, nesta quarta-feira, 3, o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs da Cracolândia. A figura central da CPI seria o padre Júlio Lancellotti, que trabalhou nas ONGs durante anos e sofreu denúncias de abuso sexual.
A rejeição da abertura da CPI ocorre mais de dois meses depois de os peritos Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti confirmarem a veracidade das cenas que mostram o padre Júlio Lancellotti se masturbando para um menor de idade. .
A sessão ocorre neste momento. Não há previsão sobre a votação do texto.
Durante a sessão desta quarta-feira, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor do pedido de abertura da CPI, criticou os parlamentares que rejeitaram investigar as denúncias contra o pároco.
“Esta casa está de joelhos para um lacaio do diabo, que dentro da sacristia abusou de vulneráveis, usuários de drogas e coroinhas”, disse o vereador paulistano, referindo-se aos supostos crimes cometidos por Júlio Lancellotti.
O jornalista Cristiano Gomes, , esteve na Câmara de São Paulo para acompanhar a sessão. Ao fim do discurso de Rubinho Nunes, limitou-se a dizer que perdeu a fé na Justiça.
Até o momento, a Arquidiocese de São Paulo não se manifestou sobre o caso. Pelo menos três pessoas prestaram depoimento à autoridade católica, a fim de expor os supostos abusos cometidos pelo padre.
Paralelamente, a denúncia segue no Ministério Público de São Paulo. procurou o órgão para saber o andamento do processo, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Rubinho Nunes acusa as ONGs de formarem uma espécie de “máfia da miséria” para explorar os dependentes químico”. De acordo com o vereador, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kits de higiene e itens para o uso de drogas — prática conhecida como “política de redução de danos”.
Apresentado no fim do ano passado, . A comissão pretendia investigar com especial rigor duas instituições: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e a Craco Resiste. Ambas miram a população de rua e dependentes químicos no centro da capital. É o que faz Júlio Lancellotti, ex-conselheiro do Bompar.
“Os dependentes químicos precisam de programas de tratamento de alta qualidade para ajudar a superar o vício”, justifica Rubinho, no pedido de abertura da CPI. “Uma CPI pode avaliar a eficácia dos programas oferecidos pelas ONGs.”
Em dezembro, . Em relação à Bombar, especificamente, afirmou que ocupa uma posição sem remuneração no conselho deliberativo da instituição, do qual se desligou oficialmente há 17 anos.
Pressionados pelo bloco de esquerda, . Para que a comissão fosse instalada, o texto precisava ser apreciado pelo colégio de líderes e pelo plenário. Nesta última instância, a aprovação exigiria o apoio de 28 vereadores.
Fonte: revistaoeste