Embora tenha reconhecido a existência das investigações, o delegado optou por não fornecer detalhes adicionais para não comprometer o andamento dos trabalhos.
“Essa situação está sendo investigada. Temos investigação em curso, mas, no momento, para que não haja prejuízo ao colega que está à frente do caso, vou me reservar e não falar a respeito”, limitou-se a dizer Azem.
As suspeitas de formação de milícias vieram à tona após a prisão de quatro policiais militares, acusados de envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024. Os agentes são suspeitos de integrar um suposto grupo de extermínio. Três deles foram indiciados pelo Ministério Público no âmbito da Operação Simulacrum, que investigou a prática de forjar confrontos e envolvimento em delitos patrimoniais.
Durante a coletiva, foram apresentados detalhes da Operação Falso Profeta, deflagrada para desarticular um esquema de extorsão contra comerciantes que vendem água potável, supostamente liderado por membros da facção criminosa Comando Vermelho. A operação cumpriu 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio de contas bancárias que podem totalizar R$ 1,5 milhão.
O esquema funcionava por meio de um grupo no WhatsApp, com cerca de cem membros, onde os criminosos coagiam comerciantes a pagar R$ 1 por cada galão de água adquirido ou a comprar exclusivamente de distribuidoras autorizadas pela facção. Aqueles que se recusavam eram ameaçados com incêndios em seus estabelecimentos ou sessões de espancamento, conhecidas como “salves”.
As investigações seguem em andamento.
Fonte: Olhar Direto