– A defesa dos policiais militares Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva pediu à Justiça Militar de Mato Grosso que o processo em que eles são investigados por suposta participação no assalto à agência do Sicredi, em 31 de julho, no município de Brasnorte (579 km de Cuiabá), tramite sob sigilo.
Segundo a acusação, os dois teriam facilitado a fuga dos criminosos, retardando o atendimento à ocorrência.
No pedido à 11ª Vara de Justiça Especializada em Direito Militar, a defesa afirmou que o caso provoca “clamor social” e ampla repercussão na mídia local e nacional, e sustentou que o sigilo é necessário para evitar que o processo seja conduzido pela opinião pública e pela “ânsia punitiva”.
“A exposição irrestrita pode comprometer a imparcialidade do julgamento, a integridade da prova e, principalmente, a privacidade e a imagem dos acusados, que, até prova em contrário, gozam da presunção de inocência”, diz trecho do pedido.
A defesa também afirmou que houve acessos de terceiros aos autos, mesmo sem relação com o processo, o que “agrava o cenário e compromete a busca pela verdade real”.
“No presente caso, a proliferação de acessos por pessoas estranhas ao processo, em um contexto de intensa cobertura midiática e ‘ânsia punitiva’, demonstra um risco concreto à integridade da investigação e à imparcialidade do processo”, diz outro trecho.
“O acesso por terceiros sem relação com o processo indica que as informações não estão sendo utilizadas para o controle social legítimo, mas sim para finalidades que podem desviar a atenção do mérito e prejudicar a honra e a dignidade dos acusados”, completou.
O assalto
No dia 31 de julho, quatro criminosos armados invadiram a agência do Sicredi em Brasnorte, fizeram reféns e fugiram em direção a Juína (735 km de Cuiabá). Durante o trajeto, dois reféns foram libertados. O valor levado não foi informado.
A ação mobilizou equipes da Força Tática, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e de várias unidades da Polícia Militar e Polícia Civil.
Em 2 de agosto, seis pessoas foram presas na divisa de Mato Grosso com Rondônia — quatro delas apontadas como executoras diretas do assalto e duas suspeitas de apoio logístico
No mesmo dia, os dois cabos da PM foram presos acusados deatrasar a perseguição aos criminosos em troca de dinheiro.
A Corregedoria da Polícia Militar acompanha o caso e instaurou procedimento administrativo para adotar as medidas cabíveis.
Fonte: odocumento