Sophia @princesinhamt
Política

PL aposta: ataque a Bolsonaro pode impulsionar resultado eleitoral do partido

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Aos 55 anos, o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, , .

“Como ser humano, Bolsonaro está sofrendo muito com isso”, disse Altineu Côrtes, em entrevista a . “É óbvio que é muito ruim tudo que está acontecendo politicamente, não eleitoralmente. Esses excessos podem, mesmo com o sofrimento do presidente Bolsonaro, dar um resultado eleitoral ao PL inimaginável.”

O ex-presidente é investigado em alguns inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles, .

Conforme o líder do PL na Câmara, o nome de Bolsonaro cresce nas eleições municipais de 2024, pois a população enxerga que há uma injustiça no Brasil. “Na minha convicção, não houve tentativa de golpe”, disse Altineu Côrtes, que desponta como preterido do partido para disputar a presidência da Câmara dos Deputados.

O parlamentar destacou ainda que o Partido dos Trabalhadores (PT) “governa com raiva, perseguição” e que parece querer uma “revanche”. Cristão, Côrtes ressaltou que o . Apesar de criticar eventuais ações do Judiciário, o deputado defendeu o diálogo para amenizar a relação entres os Poderes.

Em entrevista a , Altineu Côrtes comentou a possível candidatura à presidência da Câmara; ; a posição do partido sobre pautas em destaque no Parlamento, como o fim das saidinhas e a regulamentação da inteligência artificial; e as eleições municipais, ações da PF e mais. Confira os principais trechos:

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O Líder Do Pl Na Câmara, Deputado Federal Altineu Côrtes (Pl-Rj), Durante Entrevista A Oeste Na Liderança Do Partido, Na Terça-Feira, 5 | Foto: Marina Agostine/Revista Oeste

Vamos lançar um nome. A galera fala no meu nome, e fico feliz por isso. Mas não tem nada decidido ainda. Quem vai decidir é a bancada.

A gente acredita que tenha votos, além dos do PL. Por isso, a bancada é quem tem de decidir o nome. O mais importante é que seja um nome que todos compreendam como capaz de unificar os 96 votos do partido. Além dos 96 votos, temos certeza de que podemos agregar mais uns 30 ou 40 votos. Então, já largamos com 140 votos. Vamos lançar o candidato a presidente. Obviamente, os outros espaços da Mesa serão dos outros partidos. Está muito cedo para discutir isso ainda. Estamos tranquilos e temos tempo para resolver isso. Acredito que a eleição para a presidência da Câmara vai esquentar depois das eleições.

“O que não dá é um parlamentar deixar de exercer a plenitude do seu mandato e ser desrespeitado na plenitude do seu mandato, e isso constar na Constituição.”

Quando há o fechamento de questão do partido, a votação é quase unânime. Alguns que desobedeceram sofreram punições. No ano passado, eles foram afastados das comissões permanentes por três meses e efetivamente sofreram sanções do partido. Essa história já é antiga entre os deputados, principalmente os do Nordeste. São deputados de onde a base do governo Lula é muito forte. Esses deputados meio que não sobrevivem se não tiverem uma relação mínima.

Acho que o apelido que colocaram na PEC já é algo que quer criar uma imagem de proteção, quando não é isso. Temos de discutir a imunidade parlamentar. O que está em discussão é a imunidade parlamentar. Não é blindagem, é pegar a Constituição e ler o que é a imunidade parlamentar. A justificativa, não só dessa PEC, mas de qualquer projeto, é a imunidade parlamentar — ou tire da Constituição. O que não dá é um parlamentar deixar de exercer a plenitude do seu mandato e ser desrespeitado na plenitude do seu mandato. É um atropelo da Constituição. Agora, não estou absolutamente com um pensamento fechado em relação à PEC. Por exemplo, acho a mudança de foro uma coisa muito importante. O STF, que tem ministros brilhantes, tem de ser uma Corte Constitucional. Porque o STF tem que ser a última instância para julgar deputados e senadores? E aí se misturam os interesses, vamos dizer, de votações do Congresso Nacional. Porque, às vezes, tem um senador, um deputado que tem um processo no STF.

Isso precisa ser elaborado com tranquilidade e paciência. Não estou querendo nem proteger deputado nem senador, mas é preciso que esteja estabelecido qual é o direito da imunidade parlamentar. Esse é o ponto. Não tem proteção a ninguém. Tem o direito da imunidade parlamentar. O texto ainda precisa ser estudado, tem de ser elaborado, porque essa invasão entre os Poderes está se virando. Então, se um deputado não tem imunidade nenhuma, é assim. Então, a regra tem de mudar. A lei precisa ser alterada.

“A declaração dele sobre a questão de Israel fere o povo evangélico frontalmente.”

Isso é um tema que pode ser debatido. É uma preocupação de todos. Agora, com essas 12 resoluções do Tribunal Superior Eleitoral, a gente fica preocupado porque quem legisla é o Congresso Nacional. A questão da inteligência artificial é uma situação muito grave. Em relação às eleições, isso nos preocupa muito. Agora, o que não pode é, mais uma vez, ter um excesso nisso para afetar [o uso da] a Inteligência Artificial para o bem. Para o mal, a gente quer conter. Vi até um deputado citando municípios menores que não têm a Justiça Eleitoral atuando diariamente. Tem municípios menores no país, em que o juiz vai lá dar plantão uma vez por semana. Em uma eleição, isso é mortal se existe uma deepfake.

A relação do governo com a bancada evangélica e com os evangélicos é antiga. O presidente Lula tem uma posição — usando uma palavra um pouco mais forte — hostil ao povo evangélico. Ele quis fazer um gesto na campanha, mas não consegue. Então, volta e meia ele cai na realidade que é: ele não tem essa relação. A declaração dele sobre a questão de Israel fere o povo evangélico frontalmente. A gente sabe que Israel é o berço do cristianismo. O povo cristão se sente muito ofendido quando o governo de Israel é afrontado, com o presidente apoiando um grupo terrorista. Essa posição do presidente, inclusive, nesse fato lastimável para o Brasil que foi a declaração sobre Israel, comparando o Holocausto com a resposta de Israel ao Hamas, piorou a posição do presidente diante do povo evangélico.

A bancada está se mobilizando. Acho que o presidente Lira vai pautar essa proposta dentro desse mês de março. Não vai passar disso, em hipótese alguma. E, talvez, paute na semana que vem. Isso já foi uma conversa da reunião de líderes. Não tem como fugir de apreciar uma pauta dessa. Foi aprovada no Senado por 65 votos a dois. Mas os deputados da esquerda ficam fazendo aquele movimento de bastidor, querendo segurar essa história. No nosso entender, é um absurdo. A gente precisa endurecer as penas contra essa bandidagem, esses marginais. Mais uma vez, a gente vê a sinalização do STF querendo se meter em uma matéria porque já houve sinalização do STF falando de saidinha, já houve comentários sobre a saidinha. Tem de haver respeito sobre os Poderes. Se o Congresso Nacional resolve, o Supremo vai se meter? O Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin diz que o Supremo tem de acompanhar o plano de segurança. O Supremo Tribunal Federal não pode acompanhar o plano de segurança. Está errado isso.

Com naturalidade. Se a Justiça determinou, temos de acatar a determinação judicial. A gente vai se adequando. Estive com Bolsonaro para discutir questões do Rio de Janeiro, e a gente acaba falando de outras cidades no Brasil. Falo com o Valdemar. O partido é muito vivo. Não tem recado, tem pessoas importantes no partido que já estão nessa discussão, que participam dessa discussão com eles. Eu, o Flávio Bolsonaro, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado André do Prado. Vamos tocando.

É um prejuízo grande para o partido. Porque são dois líderes que comandam o partido. Eles não se falarem é ruim, mas a gente tem de acatar. E a gente tem tido cuidado absoluto nisto, em estar absolutamente dentro do que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Tenho a sensação que o Bolsonaro está crescendo. Isso porque a população, na minha opinião, está enxergando que existe uma injustiça acontecendo no Brasil. Essa é a minha sensação e as pesquisas dizem isso. Por exemplo, em uma grande cidade da região metropolitana no Rio de Janeiro, a diferença do Bolsonaro para o Lula era 1,7% há 45 dias. Fizemos uma pesquisa na semana passada, deu 14,7%. Bolsonaro cresceu 13 pontos. A popularidade do Lula despencou no Rio, na capital. Várias outras cidades a gente está sentindo o crescimento de Bolsonaro. Na minha avaliação, se isso continuar assim, nós poderemos vencer eleições improváveis. A gente tem uma boa expectativa.

Não, ainda não. Estamos discutindo. Pode ser uma aliança partidária.

Estou muito triste com o que está acontecendo no Brasil. O país precisa de pacificação e de paz. Tudo que aconteceu no passado foi muito grave e envolveu corrupção. É o caso da Petrobras e outros exemplos. Não foi o caso agora com o presidente Bolsonaro. Ele está sendo alvo por outros assuntos que não envolvem corrupção. Fala-se na perseguição em excesso da Justiça e do Ministério Público. Parece que é esse governo que quer uma revanche, que governa com raiva, que governa com perseguição. Isso é muito ruim para o Brasil. Acirra os ânimos. Exerço um papel aqui. Busco o equilíbrio na bancada, inclusive na minha relação com os outros partidos e com o próprio governo. Sempre tento ser coerente. Essas operações afetam o presidente Bolsonaro. Ele é um ser humano. Mas acho que isso tudo tem de ser dentro do devido processo legal. A pessoa tem que ter direito. Precisa ter mais cautela. Como ser humano, Bolsonaro sofre muito com isso. É óbvio que é muito ruim tudo que está acontecendo politicamente, e não eleitoralmente.

Na minha convicção, não houve tentativa de golpe, muito menos golpe. Sobre o planejamento, não posso dizer porque são tantas informações… Mas não acredito que houve um planejamento. Acho que pode ter tido algumas pessoas que tinham uma ideia que nunca foi para frente. Então, não houve tentativa e não houve golpe. Não houve crime. No Direito Penal, o cara pode conversar sobre uma situação que é um crime, mas, se ele não tenta aquele crime, não é crime. O governo alimenta essa narrativa. Aliás, são as palavras do presidente Lula. Ele alimenta essa narrativa, e o PT sabe fazer isso muito bem. Todo mundo repete a mesma coisa no Brasil inteiro o tempo todo.

Abaixar as armas, ter diálogo, conseguir conversar e separar uma disputa política comum. Tirar essa raiva, esse ódio que quer se alimentar com narrativas mentirosas. Sempre afirmo que cada um defenda o seu lado, a sua ideologia e as suas convicções sem passar dos limites. A população até prefere isso. Abaixar as armas, ter diálogo, ter interlocutores para dialogar. Isso é possível. O bem tem que vencer o mal.

Fonte: revistaoeste

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