“Temos boas opções, mas não é momento de discutir vice. É lógico que é coerente pensar em ter um vice aqui de Cuiabá, de Várzea Grande, da Baixada. É um terço da população mato-grossense que vive aqui na Baixada e é muito importante essa população se fazer representar no governo”, afirmou Pivetta, em entrevista ao programa Resumo do Dia, na noite de quinta-feira (30).
Questionado diretamente se Samanta poderia ocupar a vaga, ele não descartou o cenário e fez elogios públicos à vereadora, que é hoje uma das principais aliadas políticas do prefeito de Cuiabá. “Não tem dúvida que a primeira-dama, a vereadora Samanta, é uma mulher brilhante. Ela não só fez uma grande votação, como faz um grande trabalho. É reconhecida em Cuiabá como uma referência. Tudo é possível”, disse.
A construção de uma vice da Baixada Cuiabana atende duas frentes eleitorais que hoje são vitais para o projeto de Pivetta: garantir presença territorial em Cuiabá e Várzea Grande, onde está concentrado um terço do eleitorado do Estado, e ancorar a campanha em torno da estrutura política do prefeito Abílio, que governa a capital.
Pivetta vem repetindo que pretende disputar o governo em 2026 como candidato de continuidade da gestão Mauro Mendes (União Brasil), com apoio do atual governador, e tenta atrair as lideranças hoje no entorno da Prefeitura de Cuiabá para dentro do seu próprio palanque.
Durante a entrevista, Pivetta também exaltou o prefeito Abílio e tratou o primeiro ano do mandato dele como uma transição difícil, mas promissora. Segundo ele, Abílio assumiu a Prefeitura em situação financeira complicada e, ainda assim, conseguiu uma jogada política considerada “inédita”: colocar oito mulheres no comando da Câmara Municipal.
“O Abílio é muito inteligente. Ele sabe onde está, sabe tomar decisão, é ousado do ponto de vista ideológico. Só o fato de ele ter emplacado oito mulheres para comandar a Câmara de Cuiabá, oito mulheres, todas novas, foi algo inédito e extraordinário”, avaliou.
Pivetta disse que o governo do Estado está “disposto a alavancar Cuiabá” em parceria com a atual gestão municipal, citou infraestrutura, educação e saúde como áreas em que a cooperação já estaria em curso e afirmou que a modernização da capital é prioridade estratégica, não favor político. “Nós temos que levar Cuiabá junto nesse desenvolvimento, nessa modernização. Cabe ao governo do Estado, sim, impulsionar e investir para modernizar Cuiabá”, disse.
Internamente, a escolha de uma vice mulher e da Baixada Cuiabana cumpre outra função: reforça uma imagem de chapa equilibrada entre interior produtivo e capital política. Pivetta se apresenta como representante do eixo produtivo do norte e médio-norte, enquanto a vice daria voz direta ao eleitor urbano da Baixada, especialmente em temas como mobilidade, habitação popular e saúde pública metropolitana.
Ele, no entanto, evita cravar nomes neste momento e tenta segurar a discussão no campo simbólico, principalmente porque a definição de vice também mexe com interesses de outros aliados que querem espaço na chapa majoritária, como União Brasil, PP e partidos médios da base. “Tudo é possível. Mas antecipar essa pauta não é adequado para nenhum candidato a essa altura”, disse.
Fonte: Olhar Direto
