Apesar de ser um dos métodos mais conhecidos para evitar a gravidez após uma relação sexual desprotegida, a pílula do dia seguinte ainda é cercada de dúvidas, preconceitos e muita desinformação.
Segundo a ginecologista Liliane de Melo Guimarães, o medicamento funciona inibindo ou atrasando a ovulação.
Caso a mulher já tenha ovulado, ele pode tornar mais difícil a chegada do espermatozoide ao óvulo, ao alterar o muco cervical. Usada corretamente, ela pode evitar a gravidez em 98% dos casos.
Mas afinal, o que é verdade e o que é mito sobre a pílula do dia seguinte? A seguir, a médica esclarece os 14 principais mitos e verdades sobre o assunto:
A pílula deve ser usada apenas em casos de emergência
É verdade. Ela é indicada apenas quando há falha em outros métodos, como rompimento da camisinha, esquecimento do anticoncepcional ou relação sexual sem proteção.
Quanto mais cedo tomar, maior a eficácia
É verdade. O ideal é ingerir a pílula o quanto antes, de preferência nas primeiras 12 horas após a relação, e no máximo em até 72 horas.
Mesmo tomando, ainda há chance de engravidar
É verdade. Embora pequena, a possibilidade de falha existe. Nenhum método é 100% eficaz.
A pílula do dia seguinte não causa aborto
É mito. Ela age antes da fecundação, impedindo que a gravidez aconteça. Se o embrião já estiver implantado, a pílula não tem efeito.
Nem toda mulher pode usar a pílula do dia seguinte
É mito. Mulheres com problemas no fígado, trombose ou que estejam amamentando nas primeiras semanas pós-parto devem evitar o uso.
Não deve ser usada mais de uma vez no mês
É mito. O uso frequente pode reduzir a eficácia e causar desequilíbrios hormonais. O ideal é buscar um método contraceptivo regular.
A pílula pode causar efeitos colaterais
É verdade. Entre eles, estão náuseas, tontura, alteração no ciclo menstrual, dor de cabeça e sensibilidade nas mamas.
Funciona mesmo durante o período fértil
É verdade. O medicamento ainda pode agir impedindo ou dificultando a ovulação e a fecundação, mesmo em dias férteis.
Uso frequente reduz a eficácia
É verdade. Quando tomada várias vezes em pouco tempo, a chance de falha aumenta. Em usos esporádicos e com intervalo de meses, a eficácia é mantida.
Alguns antibióticos e remédios podem cortar o efeito
É verdade. Medicamentos como anticonvulsivantes e antirretrovirais também podem diminuir a concentração hormonal e reduzir a eficácia.
Pode piorar a acne em algumas mulheres
É verdade. A alta dose hormonal pode agravar a acne, especialmente em quem já sofre com o problema.
Uma pílula equivale a meia cartela de anticoncepcional
É verdade. Por isso, não é indicado usá-la com frequência. A carga hormonal ingerida de uma vez só é muito alta.
A pílula não substitui a camisinha
É mito. Ela só previne gravidez. Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV e sífilis.
A médica Liliane Guimarães reforça que a pílula do dia seguinte é um recurso pontual, e não deve ser usada como método anticoncepcional de rotina.
Para evitar riscos e proteger a saúde, o ideal é usar métodos seguros e regulares, como anticoncepcionais de uso contínuo e preservativos. Além disso, sempre que surgirem dúvidas, é fundamental buscar orientação médica.
Fonte: primeirapagina