Sendo o principal chefão no que se refere aos games na Microsoft, Phil Spencer pode ser considerado como alguém que vem mudando a indústria. Além de ajudar a introduzir o Game Pass, o executivo é uma parte importante nas aquisições que a casa do Xbox vem fazendo nos últimos anos. Em uma entrevista realizada nesta quarta (24), ele ressaltou os desafios que pode encontrar ao adquirir a Activision Blizzard, mas também tocou em outros assuntos.
Divulgada pelo Bloomberg, a entrevista de Phil Spencer começa com ele comentando sobre como está o percurso da compra da dona de franquias como Diablo e Overwatch pela Microsoft. O executivo afirma que se sente bem com o progresso feito até então, porém com ressalvas:
Eu entro no processo apoiando pessoas que talvez não estejam tão próximas da indústria de jogos. Elas estão fazendo perguntas boas e difíceis sobre ‘qual é a nossa intenção? O que isso significa? Se você alcançar isso ao longo de cinco anos, isso seria constrição de um mercado?’. Eu nunca fiz um acordo de 70 bilhões de dólares, então não sei o que a minha confiança significa. Porém, vou dizer que as discussões que temos tido parecem positivas.
Outro ponto do bate-papo foram as acusações de assédio e má conduta dentro da Activision Blizzard. A empresa garantiu que está lidando com esses problemas, algo em que Phil Spencer crê:
Acredito que eles estão comprometidos com isso. Quando eu olho para o trabalho que eles estão fazendo agora – há sempre mais que pode ser feito – isso me faz acreditar nos líderes de estúdio de lá que eu conheço muito bem. Alguns deles são ex-membros do Xbox e creio que estão comprometidos com esta jornada. E eu aplaudo isso, independentemente do acordo.
Por último, o chefão do Microsoft Gaming comentou sobre as questões trabalhistas que envolvem os colaboradores da Activision Blizzard. Vale lembrar que a ideia de sindicato é mal vista nos Estados Unidos, algo que empregados da dona de Call of Duty estão buscando.
Eu nunca comandei uma organização que tenha sindicatos, mas o que posso dizer ao trabalhar nisso é que reconhecemos as necessidades dos trabalhadores de se sentirem seguros, ouvidos e compensados de forma justa para fazer um grande trabalho. Nós definitivamente vemos uma necessidade de apoiar os trabalhadores nos resultados que eles querem ter.
Menos jogos exclusivos com o passar do tempo
Uma das maiores dúvidas recentes dos games é se a Microsoft vai liberar a franquia de tiro Call of Duty para suas rivais após a conclusão da compra. Nisso, Phil Spencer garante que vai honrar os contratos feitos até então. Por outro lado, o CEO tem uma visão interessante sobre os títulos exclusivos de consoles:
Talvez aconteça de você comprar um Xbox e eu compro um PlayStation. Nossos filhos podem querer jogar juntos, mas eles não podem porque compramos o pedaço de plástico errado para conectar em nossa televisão. Nós realmente adoramos ser capazes de trazer mais jogadores na redução do atrito, fazendo com que as pessoas se sintam seguras quando estão jogando, permitindo que elas encontrem e brinquem com seus amigos, independentemente de qual dispositivo — acho que a longo prazo isso é bom para esta indústria. E talvez no curto prazo, haja algumas pessoas em algumas empresas que não amem isso. Mas acho que à medida que superamos essa barreira e vemos onde a indústria pode continuar a crescer, isso provará ser a verdade. Sinto que jogos feitos exclusivamente para um único console é algo que veremos cada vez menos.
Em minha opinião, quanto maior for a democratização dos games, melhor é para o público. Contudo, empresas como Sony, Nintendo e a própria Microsoft, vão precisar buscar novas maneiras de tirar o nosso dinheiro.
Phil Spencer fala sobre compra da Activision e futuro com menos exclusivos