Relógios de luxo, transferências bancárias, depósitos e barras de ouro foram os repasses trocados entre os envolvidos, segundo revelado investigações. Ao Estadão, os advogados dos magistrados negaram qualquer irregularidade nas condutas e afirmaram que não há provas de crime.
Para a Polícia Federal, porém, os elementos de prova colhidos até o momento confirmaram indícios de que a dupla estaria envolvida nos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Dados extraídos do celular de Zampieri após sua morte, além de revelarem detalhes do homicídio, mostraram o suposto esquema de corrupção que se instalou não só na Corte Mato-grossense, como também no Judiciário Nacional. No famigerado “Iphone Bomba”, a PF encontrou diálogos travados entre o advogado e os dois desembargadores.
Em agosto de 2023, Zampieri acertou com um empresário a compra de um luxuoso relógio da Vacheron Constantin, de R$ 158 mil, para João Ferreira. Os agentes federais encontraram, meses depois, a foto de outro modelo de luxo, Patek Philipe, que o advogado enviou ao magistrado. Ainda segundo o relatório revelado pelo Estadão, uma das empresas de Zampieri transferiu R$ 5 milhões para uma enteada de Ferreira – o que seria mais um modo de propina.
Comprovantes bancários de transferências feitas por Zampieri a Sebastião de Moraes, no valor de R$ 500 mil, também foram localizados. Foi entre eles que houve a negociação em barras de ouro. Segundo a PF, Zampieri ofereceu uma barra de 400g ao magistrado, no valor equivalente a R$ 126 mil.
Os advogados negaram qualquer indicativo de atuação indevida por parte dos juízes, e afirmaram que se manifestarão apenas nos autos, os quais tramitam sob sigilo. O Olhar Jurídico confirmou que o desembargador Sebastião ainda não foi notificado oficialmente sobre o indiciamento.
Fonte: Olhar Direto