Economia

Petróleo brasileiro nos EUA: comparativo com capacidade de combustível de um Mustang

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Rico por natureza e mal aproveitado por falta de destreza, o Brasil também é o país do petróleo. A venda do “óleo de pedra” para o exterior rende bilhões de dólares à economia nacional. É um poço tão fundo de dinheiro que chega a rivalizar com a soja na liderança da balança comercial do país. Foram US$ 45 bilhões em 2024, contra US$ 42 bilhões do grão.

Um dos principais compradores é o mercado dos Estados Unidos — segundo maior destino do óleo brasileiro. Do outro lado da balança comercial, porém, o peso não é equivalente. O Brasil responde por menos de 3% das importações norte-americanas de petróleo e outros óleos betuminosos, segundo os dados mais recentes do Banco Mundial. Trata-se de um alvo fácil para o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump.

Brasil e petróleo dos EUA

Os EUA compraram 370 milhões de toneladas desses produtos no mercado externo em 2023. Apenas 10 milhões vieram dos poços brasileiros. Comparando a um tanque de gasolina, a proporção de combustível é bem inferior àquela de quando o carro entra na reserva. É uma caneca pequena diante de um carro seis canecos — como, por exemplo, o Ford Mustang.

Difícil, para a economia dos EUA, seria superar a eventual falta do Canadá ou do México. São duas das primeiras nações para as quais Trump anunciou sanções depois que voltou à Casa Branca.

Os canadenses venderam 225 milhões de toneladas para seus vizinhos da fronteira sul — mais da metade desse tanque externo. Os mexicanos, por sua vez, forneceram 45 milhões de toneladas — mais de quatro vezes o volume brasileiro.

Não por acaso, tanto México quanto Canadá conseguiram firmar acordos melhores com a Casa Branca, afastando os primeiros anúncios de Trump. As economias dos três países que compõem a América do Norte são mais conectadas do que a do Brasil com os EUA.

Naquela parte do mundo, existe o Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta, na sigla em inglês). É um equivalente ao Mercosul 2.0 — com turbo de fábrica, motor mexido e uso exclusivo de gasolina aditivada.

A economia norte-americana é a mais pujante do mundo. Somam-se a isso os produtos internos brutos (PIB) do Canadá (nono maior do mundo) e do México (décimo no planeta).

No Mercosul, por sua vez, a economia mais sólida é a do Brasil — com todos os seus tropeços. O segundo do bloco é a Argentina, que enfrentava uma inflação explosiva até a chegada de Javier Milei ao poder. O economista tem conseguido reduzir a velocidade da alta dos preços — porém, tudo pode ruir após uma eventual troca de governo.

Preferências de Lula

Curiosamente, o Brasil — junto com todas as nações americanas — teve a oportunidade de fazer parte de um grande bloco de integração econômica com os EUA nos primeiros anos da década de 2000. Na época, Lula também morava no Palácio do Planalto. Mas os olhos dos petistas se fechavam para as oportunidades com a Casa Branca.

O petista tinha maior simpatia pela China e por um treco chamado Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). A ideia era formar um bloco com todo o continente — menos o mercado mais rico: os Estados Unidos. O autor da proposta? Hugo Chávez, o homem que botou a Venezuela no caminho da pobreza, apesar de toda a riqueza disponível na forma do óleo negro.

Quando o ditador chegou ao poder, os venezuelanos eram mais importantes do que os canadenses no abastecimento de petróleo para os EUA. Hoje, a Venezuela perde até para o Brasil — nesse e em muitos outros mercados. A ditadura chavista se tornou o exemplo mais claro de como a ideologia pode secar todos os cofres.

Fonte: revistaoeste

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