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Pesquisa da UFMT revela falhas graves na saúde mental de Cuiabá: UPAs e Caps sob escrutínio

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Da Redação

A saúde mental em Mato Grosso enfrenta sérios desafios, conforme demonstrado por uma pesquisa de doutorado apresentada na Câmara Setorial Temática (CST) da Assembleia Legislativa nessa segunda-feira (9).

O estudo, conduzido pela professora Carla Gabriela Wünsch, do departamento de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), revelou um cenário de sucateamento, alta rotatividade de profissionais e carência estrutural nas unidades de atendimento.

A pesquisa: um panorama alarmante

A pesquisa, realizada entre outubro de 2021 e junho de 2022, envolveu observações e entrevistas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Cuiabá.

A principal conclusão é que os serviços operam sob sobrecarga extrema. Segundo a pesquisadora, a capital necessitaria de oito a dez Caps adicionais para atender adequadamente sua população.

“Essa sobrecarga impede que os Caps cumpram seu propósito essencial. Em vez de oferecer atividades grupais, atendimentos domiciliares, discussão de casos e projetos terapêuticos individualizados, as unidades se limitam a consultas breves ou apenas a dispensação de medicamentos”.

A professora Wünsch ressaltou que essa abordagem fragiliza o cuidado, pois a saúde mental demanda uma visão multifatorial que vai além da medicação. Ela alertou que a dependência exclusiva de medicamentos pode “cronificar” a condição do paciente, impedindo sua autonomia e reinserção social pelo trabalho ou estudo.

Falta até sabonete

Além dos problemas operacionais, a pesquisa identificou deficiências estruturais básicas, como a falta de itens simples como sabonete, a ausência de prontuário eletrônico e indicadores de saúde, a necessidade de aparelhos de celular modernos, e a falta de carros e motoristas para visitas domiciliares e atendimento de crises.

A professora Vanessa Furtado, do departamento de psicologia da UFMT, que também participou do encontro, reforçou a importância de atividades em grupo e visitas domiciliares para a contenção de crises e o fortalecimento do vínculo entre pacientes e serviços.

Ela enfatizou que esses momentos de acolhimento são cruciais para que a pessoa se sinta cuidada em um momento de fragilidade, incentivando o retorno ao serviço e evitando o “abandono” do tratamento.

Busca por recursos

Diante dos problemas expostos, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), presidente da CST, reconheceu a urgência de agir. Ele destacou a necessidade de prover recursos aparentemente simples, mas de grande impacto, como um carro e um celular por Caps.

“Faltam coisas tão pequenas, tão simples, mas que dão um resultado muito grande”, afirmou o parlamentar.

Avallone garantiu que a CST trabalhará ativamente na criação de uma nova política de saúde mental para Mato Grosso. Ele mencionou que a política estadual existente, de 2011, está “ultrapassada” e que é fundamental readequar e promover a implantação de uma política mais moderna e eficaz. A discussão já está em andamento com a universidade e o governo do estado.

O próximo passo será a elaboração de um projeto de lei que possa transformar essas necessidades em ações concretas para a saúde mental da população mato-grossense.

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Fonte: unicanews

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