A preocupação dos brasileiros com a violência disparou e chegou a 38% de acordo com uma nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (12). O levantamento mostra que a sensação de falta de segurança supera preocupações com economia e corrupção, que já foram maiores em outros momentos do atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O aumento da preocupação ocorre em meio à discussão sobre o PL Antifacção, que pretende endurecer as penas ao crime organizado, e dias depois da megaoperação policial no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho que vitimou 121 pessoas. E, ainda, a falas do presidente Lula de que a ação foi desastrosa, altamente criticada por entrevistados pela pesquisa.
- Segurança: 38% das preocupações dos brasileiros, ante 30% em outubro e 29% em setembro;
- Economia: 15%, ante 16% e 15%, respectivamente;
- Problemas sociais: 13%, ante 18% e 19%, respectivamente;
- Corrupção: 13%, ante 14% e 13%, respectivamente;
- Saúde: 10%, ante 11% nos dois levantamentos anteriores;
- Educação: 7%, ante 6% nos dois levantamentos anteriores.
A Quaest ouviu 2.004 pessoas entre os dias 6 e 9 de novembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos com nível de confiança de 95%.
A pesquisa também apontou que 55% dos brasileiros não gostariam de ver esse tipo de operação realizada em seus estados, contra 42% que se dizem favoráveis. Segundo o pesquisador Felipe Nunes, CEO da Quaest, isso ocorre por conta da sensação de que a violência no Rio de Janeiro é maior (84%) do que em outros estados.
“Porque no Rio de Janeiro as operações se justificam. Lá, a violência é maior do que nos outros estados”, pontuou.
Ele ainda afirma que uma parte considerável dos entrevistados (46%) afirma que a principal medida para melhorar a segurança pública e reduzir a violência é ter leis mais rígidas, com penas maiores e a Justiça não soltar os criminosos. Outros 27% dizem ser favoráveis a um maior acesso à educação, oportunidades e medidas sociais. Por outro lado, apenas 11% veem mais policiamento na rua como uma saída, assim com 9% são favoráveis a ações mais duras contra facções.
A pesquisa da Quaest também mostrou que a maioria da população brasileira e a do Rio de Janeiro é favorável a equiparar as facções criminosas ao terrorismo (73%), contrariando a visão contrária do governo.
“De todas as medidas discutidas pelo Congresso, armar a população (26%) e liberar a legislação estadual para que cada estado faça sua própria lei (46%) são as que tem menor apelo popular. Aumentar a pena de homicídio (88%) e retirar o direito de visita íntima tem mais apoio (65%)”, ressaltou Nunes.
Em outro recorte do levantamento, a Quaest avaliou a imagem do consórcio de governadores de direita formado após a megaoperação no Rio em apoio ao governador Cláudio Castro (PL-RJ), e mostrou que o mandatário fluminense tem uma avaliação melhor (24%), do que Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) com 13%, Ronaldo Caiado (União-GO) com 11%, e Romeu Zema (Novo-MG), com 5%.
Fonte: gazetadopovo






