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Ciência & Saúde

Peixe-bolha: Da categoria mais feio do mundo para peixe do ano na Nova Zelândia

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Todo mundo gosta de uma história de superação. Nosso azarão, o peixe-bolha, foi eleito em 2013 o “animal mais feio do mundo” pela Ugly Preservation Animal Society (em português, “sociedade de preservação dos animais feios”). Todos os animais merecem amor e cuidado, de acordo com eles. Mesmo aqueles animais que não são tão fofinhos quanto os pandas.

A intenção da organização foi nobre, mas desde então o Psychrolutes marcidus que habita as profundezas do mar nas costas da Austrália, da Tasmânia e da Nova Zelândia foi xingado e vilipendiado pelo público e por colegas repórteres.

O jornal britânico The Guardian chamou o animal de “Jabba, o Hutt marinho”. A primeira foto do animal, de 2003, foi o primeiro passo em uma marcha de humilhação pública que culminou com o título de Feioso Supremo.

Na Super, tenho orgulho de dizer que não nos juntamos à roda de bullying com o pobre animal. Explicamos que a aparência diferente do peixe-bolha só surge depois que ele é retirado de seu habitat natural, onde ele tem uma cara relativamente normal. Em profundidades de 600 a 1.200 metros, o corpo flácido ajuda o peixe a suportar uma pressão que pode ser cem vezes maior que a pressão atmosférica ao nível do mar.

Agora, o peixe-bolha recebeu um novo título, mais prestigioso que “animal mais feio do mundo”. O Psychrolutes marcidus foi eleito “peixe do ano” na Nova Zelândia, numa tentativa de conscientizar a população sobre a importância de preservar o frágil ecossistema marinho. Esse prêmio foi organizado pelo fundo de conservação Mountains to Sea, organização que desenvolve programas de conservação e educação ambiental.

“Beleza não convencional” aclamada por voto popular

Apesar da suposta feiura, o peixe-bolha recebeu o prêmio de “peixe do ano” por uma eleição popular organizada no site da Mountains to Sea. Foram 5.583 votos no total, muito mais que a eleição de 2024, com só 1.021. O vencedor teve uma diferença de quase 300 votos em relação ao segundo colocado, o peixe-relógio (Hoplostethus atlanticus). Kim Jones, a co-diretora do fundo de conservação, disse que a “beleza não convencional” do Psychrolutes m. foi essencial para a vitória.

Um peixe-bolha chegar a 30 cm de comprimento. Eles são endêmicos (isto é, exclusivos) da Oceania e estão ameaçados pela pesca predatória. Ainda que não seja considerado comestível esse pescador discorda e achou uma delícia nosso amigo bolhudo acaba capturado na mesma rede que peixes com algum valor econômico.

O peixe-bolha é um animal misterioso: é difícil estudá-lo por causa da dificuldade de chegar às profundezas abissais que ele habita. Ele se alimenta principalmente de crustáceos e parece ser um animal introvertido: em todas as vezes que foram avistados, os peixes da espécie estavam sozinhos.

Atualmente, tanto o peixe-bolha quanto seu rival, o peixe-relógio, estão sofrendo com o aquecimento dos oceanos causado pela crise climática. Não contente com passar duas décadas chamando ele de feio, a humanidade continua dedicada a explorar combustíveis fósseis, emitir gases de efeito estufa e acabar com o habitat desses peixes. De que adianta ser bonito por fora quando se é feio por dentro?

Fonte: abril

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