No entanto, segundo a própria Paula, o pedido foi negado sob a justificativa de que o caso tramita em segredo de Justiça e que o acesso aos documentos poderia atrapalhar as investigações. Ela admitiu que há uma demora.
“Quando a operação foi deflagrada, solicitamos que fossemos habilitados – através da procuradoria [para ter acesso] – ao inquérito. Foi negado. Reiteramos o pedido e foi negado. Estamos aguardando porque nós não temos a materialidade e informação de forma legal. Sabemos o que ocorreu e o que está na imprensa”.
A presidente da Câmara explicou que o inquérito contém todas as informações oficiais sobre as supostas acusações contra os parlamentares e que o acesso a ele é necessário para garantir que os trâmites sigam os passos corretos, como a abertura de uma Comissão Processante.
“Então nós estamos procurando agir com coerência e para que a gente siga certinho os passos nesse trâmite. [Foi negado], porque corre em sigilo. Eles negaram, uma vez que poderia atrapalhar as investigações”. “Nós não temos os fatos de maneira oficial, somente o que é noticiado na imprensa. Nós sabemos a mesma coisa que você sabe, mas não é nada oficial”.
A Operação Perfídia investiga um esquema de corrupção na Câmara Municipal de Cuiabá, envolvendo a aprovação de matérias legislativas em troca de propina paga por uma empresa responsável pelas obras do Contorno Leste. A investigação teve início a partir de uma denúncia apresentada à DECCOR em 2024. À época, os vereadores alvos foram Chico 2000 e Sargento Joelson.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências, gabinetes e sistemas de monitoramento da Câmara. Além dos dois parlamentares afastados, também são investigados um empresário e dois funcionários da empreiteira. Parte da propina teria sido paga por depósito bancário e outra em dinheiro vivo, dentro da sede do Legislativo.
Fonte: Olhar Direto