O pontificado do papa Francisco, encerrado com seu falecimento nesta segunda-feira, 21, foi caracterizado por declarações marcantes sobre diversos temas polêmicos.
Reconhecido por sua postura progressista, Francisco abordou questões sensíveis para a Igreja Católica, como a união homoafetiva, críticas a líderes mundiais e à violência, sempre com o objetivo de promover paz e justiça.
Logo depois de assumir o papado em 2013, Francisco fez sua primeira viagem internacional ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude.
Em uma entrevista, na época, o papa brincou sobre a rivalidade entre Brasil e Argentina e garantiu que esse problema já havia sido “totalmente superado”.
“Então, combinamos assim: o papa é argentino, e Deus é brasileiro”, declarou.
Papa Francisco: polêmicas sobre guerra, direitos LGBT e imigração

O papa Francisco se destacou por defender imigrantes e refugiados. Em 2015, no Congresso dos Estados Unidos, e em 2016, no Vaticano, ele reforçou a importância de “enxergá-los como pessoas”. “É hipocrisia se dizer cristão e expulsar quem precisa de ajuda”, afirmou.
Em relação aos direitos LGBTQ, causou debates ao dizer, em 2013: “Se uma pessoa é gay, busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”. Em 2022, reafirmou sua visão: “Deus é Pai e não rejeita nenhum de seus filhos. Seu estilo é proximidade, misericórdia e ternura.”
Ele também falou sobre guerras e conflitos. Em 2021, no Iraque, afirmou que “hostilidade, extremismo e violência não vêm de um coração religioso.” Já em 2022, sobre a guerra na Ucrânia, declarou: “Lá, correm rios de sangue e lágrimas. Isso não é só uma operação militar, é uma guerra que espalha morte e miséria.”
O papa também já criticou o capitalismo. Em 2013, disse que o liberalismo econômico “fortalece os fortes e enfraquece os fracos”. No ano seguinte, condenou a influência dos mercados financeiros sobre a vida das pessoas.
Posicionamento sobre aborto e abuso sexual
Em 2022, o papa Francisco abordou a questão do aborto. “É legítimo, é correto, eliminar uma vida humana para resolver um problema?”. Na época, comparou a prática a contratar um assassino de aluguel.
Sobre concepção, ele criticou a visão que sugere ter muitos filhos para ser um bom católico, mencionando de forma crítica a expressão “ser como coelhos.”
O combate ao abuso sexual no clero foi uma bandeira de Francisco. Em 2014, ele se desculpou pessoalmente pelos crimes cometidos por membros da Igreja, afirmando: “Sinto-me compelido a assumir pessoalmente todo o mal que alguns padres… cometeram.”
Em 2022, ele reiterou seu compromisso com a política de “tolerância zero” para casos de abuso, afirmando que padres devem ajudar as pessoas a crescer, em vez de lhes causar dano.
Fonte: revistaoeste