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Padroeira de Várzea Grande: a história de quem sempre retorna ao mesmo lugar

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Conta a história que toda vez que a imagem de Nossa Senhora da Guia era levada para outro lugar, algo acontecia. No dia seguinte, ela voltava ao mesmo ponto: um lugar que parecia tê-la escolhido — ou que foi escolhido por ela.

E foi assim que Várzea Grande ganhou não só uma padroeira, mas também um símbolo de pertencimento e identidade.

A praça em frente ao aeroporto, onde hoje está a igreja da santa, carrega essa memória que atravessa gerações. A história da santa que sempre voltava é contada de boca em boca, entre fiéis, moradores antigos e novos devotos. E até hoje, ela continua sendo presença constante na vida da cidade.

Tradição e fé no mesmo compasso

Entre essas pessoas está dona Sinhá, ou Antonia de Figueiredo Curado. Várzea-grandense legítima, ela é devota da padroeira e também guardiã de outra tradição local: é cururueira e toca o mocho, instrumento usado nas rodas de siriri. Em um tempo em que apenas homens cantavam cururu, dona Sinhá quebrou o costume e fez história.

“Antigamente os homens eram muito machistas, não aceitavam as mulher. Meu pai mesmo era cururueiro e não gostava. Nos fala: “Não! Cururu é só para homem”. Os homens ainda tem muito preconceito, mas de onde que eles saíram, se não de uma mulher?”, relembra dona Sinhá.

De avó para neta

Inspirada pela avó, a pequena Isaura, de 9 anos, segue os mesmos passos. É aluna da Associação das Manifestações Folclóricas de Mato Grosso, que há 30 anos atua com oficinas culturais e inclusão social para crianças, mulheres e jovens. Lá, o som das tradições ecoa forte, com palmas, dança e orgulho.

“Com ela eu aprendi a cantar o cururu, alguns siriri que era de antigamente, ela me ensinou a tocar viola, o mocho e o ganzá. E quando eu crescer, eu quero uma mestra popular, que nem minha avó”, diz a pequena com orgulho.

Segundo a associação, o espaço valoriza os dois pilares que sustentam a identidade várzea-grandense: o cultural e o religioso.

Uma cidade moldada pela devoção

João Pedro Rodrigues também cresceu envolvido pela fé. Hoje, é acólito e líder jovem. Desde cedo, aprendeu a confiar em Nossa Senhora da Guia, celebrar e agradecer.

“No ano de 1745, a imagem de Nossa Senhora da Guia foi deixada numa altar da igreja de Nossa Senhora da Penha, em Salvador na Bahia. A imagem saiu em caravana com os portugueses, e de Mato Grosso do Sul veio de burrinho até Várzea Grande, onde o burrinho não conseguia mais se locomover e então eles acreditaram que Nossa Senhora da Guia queria ficar aqui”, narra o jovem, relembrando a escolha do local de construção da capela.

A Praça Nossa Senhora da Guia, onde está a igreja dedicada à padroeira, é considerada um dos locais mais simbólicos da cidade. Moradores contam que a imagem da santa, ao ser transferida para outros bairros, sempre retornava misteriosamente para o mesmo lugar.

Para a historiadora Giselly Aparecida Souza, a mistura entre religiosidade e cultura popular é o que forma a essência de Várzea Grande.

“Quando a gente fala de festa tradicional, a gente tá falando da população em geral. Então, a gente fala das instituições religiosas, que são as matrizes, mas a gente fala também de uma população que vem de abolição de escravatura, de imigrantes e migrantes, de várias partes do país que compõe a festa de Santo”, explica a historiadora.

O som que atravessa o tempo

E quem escuta o som do cururu, hoje, ainda sente o mesmo espírito vibrar. Seu Chico, cururueiro de longa data, mantém a tradição com voz firme e sorriso largo.

“A gente aprendeu cururu com os companheiros mais velho e participamos de muito da festa de Santo. Assim, nós preparamos o aniversário de Várzea Grande. É o lugar que a gente se criou e que vai ficar até o dia que Deus quiser”, festeja o cururueiro.

Nesta quinta-feira, 15 de maio, Várzea Grande completa 158 anos de história. E entre tantas narrativas, talvez nenhuma seja tão simbólica quanto a da santa que insistia em voltar.

Várzea Grande hoje

Abaixo um gráfico com o perfil da “cidade industrial” hoje. O município, atualmente, está sob a gestão de Flávia Moretti, eleita em 2024.

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Várzea Grande em Números

População
População estimada (2024):
314.627 habitantes
PIB total
PIB total (2021):
R$ 9,04 bilhões
PIB per capita
PIB per capita (2021):
R$ 34.151,42
Área territorial
Área territorial:
1.026,43 km²
Ranking estadual
Ranking no Estado:
2ª cidade mais populosa de MT
Fonte: IBGE

Fonte: primeirapagina

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