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Padeiro comenta sobre incerteza do túnel no Portão do Inferno: Pode acontecer ou não

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Ana Adélia Jácomo

Única News

A tão esperada solução para o trecho do Portão do Inferno, na rodovia MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, revelou um aparente desencontro de informações entre o governador Mauro Mendes (União Brasil) e o secretário de Infraestrutura (Sinfra), Marcelo Padeiro.

Enquanto Mendes afirma ter dado o “ok” para a continuidade do projeto de um túnel, Padeiro levantou incerteza. “Pode ser que sim, pode ser que não. Quem que falou em túnel? Eu não falei. Eu não sei ainda, esperar um pouquinho. Talvez dentro de uns 15, 20 dias a gente tenha a resposta“.

As declarações foram dadas, em separado, nesta sexta-feira (18) durante evento para assinatura da ordem de serviço para a duplicação de 56,2 quilômetros da BR-163, no trecho entre Várzea Grande e Jangada.

Questionado sobre a declaração do secretário de que o túnel não seria uma opção confirmada, o governador Mauro Mendes expressou surpresa.

Se ele falou isso, é diferente do que ele falou para mim na última reunião. Ele apresentou oficialmente esta solução e eu dei o ‘ok’ para prosseguir com o projeto. Se mudou, ele não trouxe para mim“, afirmou Mendes. Ele reiterou que na última reunião, o túnel foi “apresentado oficialmente” e que, se houve mudança, não foi comunicado a ele.

Mayke Toscano/Secom-MT

Mauro Mendes

Governador Mauro Mendes

Risco às vidas

O secretário Marcelo Padeiro apresentou uma visão muito mais pessimista e técnica sobre o túnel e a obra como um todo. Ele enfatizou os riscos geológicos do local.

Reprodução

portao do inferno

 Portão do Inferno

“Está com possibilidade de queda, eu tenho que fazer o que? Preservar a vida. E se cair em cima do viaduto, o que vai acontecer? Nós vamos ter rompimento de Chapada porque o viaduto vai cair. Aquela rocha, ela é toda fraturada.”

Padeiro revelou dados alarmantes do sismógrafo instalado no local, que monitora a estabilidade do morro.

Nós temos o sismógrafo instalado lá. E no sismógrafo, duas carretas furaram o nosso bloqueio. Uma carreta que passou carregada, o sismógrafo parou de trabalhar depois de 7 horas de relógio. Então, vocês entendam o problema?

Ele citou que, mesmo com chuvas torrenciais este ano, os serviços preventivos realizados evitaram problemas, indicando que “agimos corretamente. Um p* presente de grego e recebemos. E nós tínhamos que tomar atitude.”

O secretário também apontou as limitações impostas pela legislação ambiental e pela localização da obra dentro de um Parque Nacional, sob jurisdição do IBAMA e do ICMBio.

“Se eu pudesse segurar o morro com manta, eu seguraria o morro. Eu teria como segurar o morro. O problema é que, como é um parque nacional e eu estou sujeito às leis do IBAMA e do ICMBio, eu tenho problema. Nenhuma obra e outra coisa. Ali, se eu pudesse desbastar aquele morro 100 metros, acabaria o problema. Só que eu não posso.”

Padeiro ainda criticou a ideia de uma “ponte estaiada” como alternativa, afirmando que ela “vai acabar com a vista que nós temos

Foto: Reprodução

Marcelo Padeiro

 Marcelo Padeiro é secretário da Sinfra.

do parque nacional.”

Ele enfatizou que a responsabilidade do morro, por estar em área federal, não é do Estado. “É porque a estrada é estadual. A estrada é estadual, mas o problema do morro não é estadual. O problema do morro está dentro do parque nacional. Eles [IBAMA/ICMBio] fizeram alguma coisa?”

Questionado se o governo havia errado na elaboração do projeto inicial, o secretário defendeu a equipe: “Não, muito pelo contrário. Nós fizemos engenharia de valor. Nós fizemos tudo. Só que depois que você, quando você tem a liberação para você entrar, que você fez o caminho do serviço, fez os resgates que eles pediram.” Ele explicou que só após resgates arqueológicos e de flora e fauna, a equipe pôde entrar e, então, estudos mais aprofundados revelaram problemas. “Verificamos o nosso licenciamento ambiental, o que a gente podia fazer ou não ali. E ficou claramente que a gente não podia fazer algumas coisas para segurar.”

Obra paralisada

A obra no Portão do Inferno, orçada em R$ 29,5 milhões e sob responsabilidade da empresa Lotufo Engenharia e Construção, foi anunciada em março de 2024 com prazo de 120 dias para ser finalizada. O projeto original previa o retaludamento, com retirada de parte do maciço rochoso e criação de degraus para conter deslizamentos, recuando a estrada em dez metros.

 

Reprodução

portão do inferno

Trecho em obras no Portão do Inferno

No entanto, a paralisação se deu após novos dados geológicos revelarem “inconsistências nos estudos iniciais”. O governador Mauro Mendes informou que a empresa encontrou “dificuldades” e que análises aprofundadas indicaram “quase uma impossibilidade de prosseguir naquela rota inicial”, devido ao tipo de solo.

A nova licitação, anunciada pelo Governo, adotará o modelo de Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCi). “Assim que a nova solução foi aprovada, o projeto básico para a licitação já está sendo elaborado. Será no modelo RDCi, e a Secretaria me garantiu que, em agosto, o edital estará publicado”, disse o governador recentemente.  

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Fonte: unicanews

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