Ao longo de seis meses, os grupos Siriri Elétrico, Raízes Cuiabanas, São Gonçalo Beira Rio, Flor Serrana e Flor do Campo participarão de uma verdadeira imersão criativa, com oficinas que vão da maquiagem artística com foco em pele negra à cenografia afro, da dança ao empreendedorismo cultural. O objetivo é simples e potente: impulsionar a arte que nasce nos quintais e garantir que ela siga viva, pulsante e cada vez mais profissional.
“Ao investir nesses grupos, fortalecemos não apenas a arte, mas também a identidade e a autoestima da comunidade. É um projeto que gera impacto cultural, social e afetivo”, resume Nariel Iatskiu, coordenadora executiva e projetista do Ponto de Cultura.
A iniciativa é uma continuidade do trabalho que o Instituto INCA desenvolve desde 2009 nos bairros da região Sul de Cuiabá. Financiado pelo Governo de Mato Grosso, via emenda parlamentar do deputado Wilson Santos e executado pela Secel-MT, o projeto está alinhado ao Plano Estadual de Cultura e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU — como o item 11, que trata de Cidades e Comunidades Sustentáveis.
Para o lançamento, o evento contou com uma experiência gastronômica oferecida pela Estação Gourmet da @65Box, que resgatou o tradicional quebra-torto mato-grossense, acompanhado de petiscos regionais — um encontro de sabores, saberes e celebração.
Além da já iniciada oficina de Maquiagem Artística com o maquiador Luiz Cláudio, a programação contará com formações em:
- Figurino e cenografia com identidade afro-brasileira
- Coreografia e dança afro
- Percussão com ênfase em ritmos afros
- Produção cultural, gestão de eventos e redes sociais
- Elaboração de projetos e finanças culturais
- Networking e estratégias de fortalecimento de público
Uma das grandes novidades do projeto é a criação da 1ª Orquestra de Instrumentos Alternativos de Cuiabá, também chamada de Orquestra de Sucata. A ação será coordenada pela Startup Social Anjos da Lata, que, ao longo de seis meses, realizará oficinas de construção de instrumentos musicais com materiais recicláveis, voltadas a crianças e adolescentes da comunidade. A formação e os ensaios ficarão a cargo do arte-educador Anselmo Parabá.
O resultado? Apresentações públicas, inclusão social e mais um capítulo de criatividade dentro da cultura popular cuiabana.
“O Ponto de Cultura INCA em Rede é mais do que um espaço de fomento à arte; é um ponto de encontro, troca e construção coletiva, reafirmando a cultura como um direito e um motor de transformação social”, reforça Nariel.
Seja no compasso do ganzá, no cheiro do café torrado ao fundo ou no batuque da nova orquestra feita de sucata, o que se vive nos quintais cuiabanos é mais do que arte — é resistência, é afeto, é a certeza de que onde há cultura, há futuro.
Fonte: leiagora