A missão da Organização das Nações Unidas (ONU) na Venezuela acusou o governo do ditador Nicolás Maduro de continuar a cometer crimes contra a humanidade.
Em relatório ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra, o órgão afirmou que o número de prisões arbitrárias dobrou, saltando de 42 entre setembro e dezembro de 2024 para 84 nos primeiros 15 dias de 2025.
A missão, denominada Missão de Apuração dos Fatos sobre a Venezuela, detalhou perseguições políticas. Entre estas estão detenções arbitrárias de opositores, defensores de direitos humanos e jornalistas.
Especialistas em direitos humanos da missão alertam para o fato de que alguns casos podem ser de desaparecimentos forçados.
“O governo da Venezuela continua orquestrando uma repressão severa contra pessoas que encara como opositoras ou simplesmente porque elas discordam do regime do presidente Nicolás Maduro e outras autoridades venezuelanas”, afirma Marta Valiñas, presidente da comissão.
Apesar de o resultado das eleições ter sido contestado por entidades internacionais, como a ONU e a , e pela oposição, Maduro tomou posse em 10 de janeiro último.
Desde julho de 2024, quando ocorreu o pleito, a repressão a opositores virou rotina no país. As atas publicadas pela oposição revelam que o candidato oposicionista, Edmundo González, obteve quase 70% dos votos, contra 30% de Nicolás Maduro, que buscava efetivar sua segunda reeleição.
O Conselho Nacional Eleitoral, órgão controlado pelo governo, nunca publicou os resultados detalhados da votação nem permitiu a realização de uma auditoria internacional e independente. Ele simplesmente reconheceu a vitória de , na terceira eleição que disputou.
Na primeira, em abril de 2013, Maduro foi eleito depois de ter permanecido como interino desde a morte de Hugo Chávez, em março daquele ano. Nas outras eleições, em 2018 e em 2024, os resultados foram contestados pelos órgãos internacionais.
Estudos independentes e do Centro Carter, dos Estados Unidos, que enviou uma missão de observação internacional ao país, confirmaram, por exemplo, que a eleição de 2024 foi fraudulenta. Com isso, dezenas de governos estrangeiros não reconheceram a posse de Maduro.
Fonte: revistaoeste