, que faleceu aos 70 anos, dirigiu apenas 13 longas-metragens em seus 50 anos de carreira. Do melodrama (), passando pela ficção científica (), pelo terror (), pela comédia () aos filmes de guerra () e filmes de época (), Stanley Kubrick da Sétima Arte.
Podemos alegremente adicionar a esta curta, mas brilhante filmografia, o gênero épico com um clássico absoluto: . No entanto, o mestre não ficou satisfeito com este filme. Tanto que chegou a renegá-lo, pois praticamente não tinha controle sobre esta produção, da qual não estava absolutamente na origem.
Uma experiência e , já que Kubrick era justamente conhecido como um dos cineastas mais exigentes, ansioso para controlar absolutamente tudo, até o menor detalhe.
“No cinema, é certo que quanto mais controle você tem, mais você impede que os outros o impeçam de fazer a coisa certa”, explicou Kubrick ao jornalista Michel Ciment, que o entrevistou na época de O Iluminado. Acrescentando: “Não é garantia de que você realmente fará a coisa certa, mas evita que os outros o façam perder o equilíbrio.”
Uma exigência verdadeiramente obsessiva, que desgastou mais de uma pessoa! “Stanley é um homem extremamente difícil e talentoso”, disse um de seus decoradores, . “Desenvolvemos um relacionamento muito próximo e o resultado foi que tive que viver quase que exclusivamente à base de tranquilizantes.” Até mesmo o grande , co-roteirista de 2001: Uma Odisseia no Espaço, não diria mais nada sobre o mestre:
Toda vez que saio de uma reunião com Stanley, tenho que me deitar.
Exemplos que ilustram esse controle absoluto são amplamente documentados, , com as 148 tomadas realizadas para uma cena, sem mencionar as para outra cena: a famosa sequência da escada.
“É magnífico em termos de arte, loucura e obsessão.”
No canal Artist on Art, contou uma anedota marcante que ele adora, ainda sobre este filme, e que preocupa o designer de produção, que também havia trabalhado em .
“Tenho várias histórias que adoro sobre O Iluminado. Adoro o designer de produção. O último filme em que ele trabalhou foi O Talentoso Ripley, e ele era o braço direito de Kubrick. Ele me contou uma ótima história sobre o design daquele filme. Stanley Kubrick tinha uma maquete do Hotel Overlook em seu escritório de produção, e todos estavam em volta dela.
Era 1978 ou 1979, e ele estava montando as luzes para fotografar este pequeno hotel. Ele estava montando luzes em miniatura, o que levou horas, enquanto seus gerentes de produção ficavam por perto.
Então ele tirava uma foto e a entregava a um assistente que saía correndo, e isso foi antes do advento das fotos de uma hora, ele saía correndo, revelava a foto e voltava com uma 8×10, e Kubrick a observava por cerca de 5 minutos, depois a colocava de lado, voltava para seu lugar e começava a montar as luzes.
Esse processo levava dias. Ele montava tudo exatamente como queria e anotava a posição de cada luz. Ele sabia que suas fontes vinham exatamente do mesmo lugar no mundo real. Desenvolveu um algoritmo que lhe permitiu montar tudo e, então, simplesmente instalar as luzes.
Royce disse que você poderia segurar a 8×10 nos corredores, ir embora e veria exatamente a mesma coisa que ele fotografou no modelo em miniatura, o que é simplesmente magnífico em termos de arte, loucura e obsessão.”
Fonte: adorocinema
