Sophia @princesinhamt
CENÁRIO AGRO

Observatório Mato Grosso e MMTC impulsionam competitividade e desenvolvimento econômico no estado: Parceria de sucesso

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico sustentável e aprimorar a competitividade do estado, o Observatório Mato Grosso e o Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC) têm desempenhado papéis estratégicos na produção e análise de dados, articulação institucional e formulação de soluções para gargalos da economia mato-grossense.

Vanessa Gasch, diretora executiva do MMTC e gerente do Observatório, conta ao Estúdio Rural deste sábado, que esses modelos são de extrema importância. 

Recentemente, o Observatório lançou o Anuário da Indústria, que apresenta um panorama completo do setor industrial no estado. A publicação traz dados atualizados sobre a atuação das indústrias, destacando a importância do segmento para a economia local, sobretudo pela forte relação com o agronegócio.

“Esse é um casamento que deu muito certo, né. A indústria e o agro. As nossas agroindústrias são muito fortes aqui no estado e pela primeira vez a gente traz o Índice de Competitividade Industrial (ICI)”, explica. 

O ICI, de acordo com Vanessa, é uma metodologia adaptada da Unesco em parceria com o Observatório de Santa Catarina. O índice posiciona Mato Grosso em 10º lugar no ranking nacional de competitividade industrial — um resultado considerado razoável, mas que revela desafios estruturais importantes.

“Ao mesmo tempo em que Mato Grosso lidera no volume de exportações per capita, ocupa a última posição no quesito qualidade tecnológica dessas exportações. Ou seja, exportamos muito, mas ainda com baixo valor agregado em termos de inovação e tecnologia”, explica Vanessa. 

2025 word1
Foto: Dia De Ajudar Mt

Produtos como farelo de soja e carne bovina, embora industrializados, ainda não exigem alto grau de desenvolvimento tecnológico, o que limita o avanço competitivo do estado.

Ela destaca avanços importantes, como o caso do etanol de milho. 

“Essa união entre agro e indústria é um exemplo de como agregar valor à produção local. A instalação das plantas de etanol transformou a lógica do mercado de milho no estado, estabilizando preços e criando novos produtos com potencial de exportação, como o DDG, usado na nutrição animal”, ressalta.

Custo Mato Grosso

O MMTC, por sua vez, é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 2014 dentro do Sistema Fiemt, com o objetivo de pensar soluções de longo prazo para aumentar a competitividade do estado. 

Composto por um conselho com 16 instituições, entre representantes do setor produtivo, universidades e governo, o movimento tem como missão integrar forças em prol do desenvolvimento.

“Um dos principais objetivos dessa instituição é elevar a competitividade do nosso estado e aumentar e auxiliar a gestão pública”, destaca Vanessa.

Dentro do MMTC o “Custo Mato Grosso” é um projeto pioneiro feito por meio de uma adaptação da metodologia do “Custo Brasil”, elaborado pelo Movimento Brasil Competitivo em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). 

O estudo quantifica o custo excedente para empresas produzirem em Mato Grosso em comparação com os estados do Sul e Sudeste. O resultado é expressivo: R$ 38,5 bilhões por ano, o equivalente a 14% do PIB estadual. 

“Nós conseguimos captar qual é o custo excedente pro empresário, e aqui a gente não está falando só de um setor, produzir em Mato Grosso com relação ao estados do Sul e Sudeste”, pontua. 

Embora o percentual esteja abaixo do Custo Brasil (20%), o valor é um alerta para a necessidade de intervenções estratégicas. 

Entre os 12 eixos analisados, o maior gargalo identificado foi o da qualificação da mão de obra. Segundo o estudo, os trabalhadores mato-grossenses possuem, em média, menor tempo de estudo do que os de outras regiões, o que impacta na produtividade e eleva os custos para as empresas.

Outro ponto crítico é a infraestrutura. As rodovias ainda representam um desafio logístico que encarece o transporte de produtos e insumos. 

No entanto, Vanessa reforça que o estudo não tem caráter crítico ao governo estadual. 

“A ideia não é apontar culpados, mas sim fornecer dados concretos que ajudem na construção conjunta de políticas públicas eficazes”, destaca.

O Movimento trabalha na construção de uma agenda de redução desse custo, identificando quais setores exigem maior atenção e que indicadores devem ser acompanhados nos próximos anos. 

“É um projeto de longo prazo, que depende da articulação entre iniciativa privada, governo e instituições de ensino. O sucesso está justamente na união desses esforços”, afirma. 

Com a atenção voltada para os impactos da reforma tributária, o MMTC também busca entender como o novo modelo afetará a arrecadação estadual, já que Mato Grosso é um estado exportador, com baixo consumo interno.

“O desenvolvimento já é visível em muitas regiões, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Nosso papel é auxiliar com dados, diagnósticos e articulação para que Mato Grosso possa continuar avançando com inteligência e estratégia”, conclui Vanessa.

+Confira outras entrevistas do Programa Estúdio Rural em nossa playlist no YouTube

Clique aqui, entre em nossa comunidade no WhatsApp do Dia de Ajudar Mato Grosso e receba notícias em tempo real.

Fonte: canalrural

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.