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O Poema Mais Lindo de Fernando Pessoa Que Poucos Conhecem e VocĂȘ Precisa Ler

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VocĂȘ tem saudades das festas de aniversĂĄrio e das inĂșmeras experiĂȘncias quando somos pequenos? Com certeza esse poema de Fernando Pessoa irĂĄ fazer vocĂȘ lembrar de muitas coisas.

Nas frases de Fernando Pessoa, encontramos um profundo mergulho na complexidade da existĂȘncia humana. VocĂȘ concorda com o escritor?

Além disso, nas emoçÔes e nas memórias que se desvanecem com o tempo, a infùncia e as comemoraçÔes inocentes fazem de nós o que somos hoje.

Logo, no poema “Aniversário”, o poeta leva cada um de nós a uma jornada introspectiva, explorando a transformação pessoal ao longo dos anos. Veja a seguir o texto na íntegra.

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O Poema Mais Lindo De Fernando Pessoa Pouca Gente Conhece. (Imagens: Unsplash)

Poema “Aniversário” de Fernando Pessoa

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de hå séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religiĂŁo qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saĂșde de nĂŁo perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a famĂ­lia,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.

Quando vim a ter esperanças, jå não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.

O que fui de serÔes de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui

A que distñncia!

(Nem o acho
)

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje Ă© como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes

O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lågrimas),
O que eu sou hoje Ă© terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio


No tempo em que festejavam
o dia dos meus anos

Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!

Desejo fĂ­sico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafĂ­sica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim

Comer o passado como pĂŁo de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui


A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas: doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, no tempo em que
festejavam o dia dos meus anos
 Para, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!

Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje jå não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.

Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!


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Um poema com essĂȘncia de saudade da infĂąncia

No início do poema, o escritor recorda a cada um de nós sobre um tempo em que o aniversårio era uma celebração repleta de alegria.

Frases de saudades eternas para homenagear uma pessoa que ama pode ser o ĂĄpice do dia de alguĂ©m. A essĂȘncia estarĂĄ ali.

Na verdade, o prĂłprio autor destaca o quanto ele era feliz e todos estavam vivos. Quem nĂŁo tem memĂłrias boas de festas na infĂąncia, nĂŁo Ă© mesmo?

O texto diz o seguinte:

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de hå séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religiĂŁo qualquer.

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Além disso, podemos observar no poema que a casa antiga onde o escritor cresceu representava uma tradição que atravessava geraçÔes.

Nesse perĂ­odo, a inocĂȘncia era nossa maior riqueza, e nĂłs nĂŁo tĂ­nhamos preocupaçÔes com expectativas ou responsabilidades.

O que Fernando Pessoa quiz passar nesse poema?

À medida que o tempo avança, podemos observar no poema que o escritor revela uma transição dolorosa – seria a vida adulta?

Destacando isso, ao ler o texto acompanhamos o crescer e o começar, compreendendo mais profundamente a vida.

Na verdade, Fernando Pessoa neste poema perde a capacidade de ser verdadeiramente feliz quando se lembra, quando sente saudade da infĂąncia.

Releia o que diz o poema:

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje Ă© como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes

O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lågrimas),
O que eu sou hoje Ă© terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio

No tempo em que festejavam
o dia dos meus anos

Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!

Com isso, o autor descreve a perda de esperanças e a sensação de que a vida perdeu seu sentido. 

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O poema, em sua essĂȘncia mais pura, captura a melancolia que muitos de nĂłs experimentamos ao enfrentar a complexidade da vida adulta.

Um sentimento descrito por Fernando Pessoa que todos nĂłs sentimos

A medida que Fernando Pessoa reflete sobre o que foi, o autor percebe que nĂŁo pode mais alcançar a pureza daquela Ă©poca. 

Quem nunca sentiu saudade da infĂąncia e desejou voltar no tempo, nĂŁo Ă© mesmo? A verdade Ă© que Fernando Pessoa esclarece bem esse sentimento em seu poema “AniversĂĄrio”.

Ele finaliza dizendo:

Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!


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Na verdade, as memĂłrias da infĂąncia e da juventude sĂŁo como um parente falecido, distante e inalcançåvel. 

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Além disso, podemos observar no texto que o poeta se sente como um sobrevivente solitårio de seu próprio passado: incapaz de recuperar a plenitude da infùncia.




VocĂȘ gostou dessa poderosa reflexĂŁo de um dos poemas mais lindos de Fernando Pessoa? EntĂŁo nĂŁo perca mais tempo e compartilhe com seus amigos e familiares essas lindas palavras de reflexĂŁo.

Fonte: awebic

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