O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (9) a incorporação de duas novas opções de tratamento hormonal para mulheres com endometriose no SUS (Sistema Único de Saúde). Os métodos incluem o DIU-LNG (Dispositivo Intrauterino com Levonorgestrel) e o medicamento desogestrel.
Segundo a pasta, ambos os tratamentos foram recentemente recomendados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) e agora passam a integrar as terapias oferecidas na rede pública.
O DIU-LNG atua suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero e tem validade de até cinco anos. É indicado principalmente para mulheres que não podem utilizar contraceptivos orais combinados. A alternativa se destaca por combinar eficácia contraceptiva com alívio dos sintomas da endometriose.
Já o desogestrel é um anticoncepcional hormonal em comprimido, capaz de bloquear a atividade hormonal que estimula o desenvolvimento do endométrio fora da cavidade uterina. O medicamento pode ser usado como primeira linha de tratamento, inclusive durante a investigação clínica da doença, antes mesmo da confirmação diagnóstica por exames.
Apesar da inclusão, os dois métodos ainda dependem da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da endometriose para começarem a ser distribuídos pelo SUS. O Ministério da Saúde não informou um prazo para que isso ocorra.
Além dos novos métodos, a rede pública já oferece tratamento clínico com terapia hormonal, analgésicos, anti-inflamatórios e acompanhamento multidisciplinar. Para casos mais graves ou resistentes à medicação, há opções cirúrgicas como videolaparoscopia, laparotomia e histerectomia.
O que é endometriose?
A endometriose é uma doença inflamatória ginecológica crônica, caracterizada pelo crescimento do tecido semelhante ao endométrio — que normalmente reveste o interior do útero — em outras partes do corpo, como ovários, intestino, bexiga e cavidade pélvica.
Os principais sintomas incluem cólica menstrual intensa, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual, infertilidade, além de alterações intestinais e urinárias com padrão cíclico, geralmente associados ao período menstrual.
O diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento adequado são fundamentais para o controle da doença e a melhora na qualidade de vida das pacientes.
Fonte: primeirapagina