Cientistas descobriram que um velho remĂ©dio para tratar ansiedade pode ajudar pacientes com cĂąncer cerebral. Ă a trifluoperazina. Ela torna as cĂ©lulas cancerĂgenas mais sensĂveis, portanto tratĂĄveis, sem atingir as saudĂĄveis.
Os cientistas da South Australian Health and Medical Research Institute e Flinders University, da AustrĂĄlia, concluĂram que a combinação da trifluoperazina â usado normalmente como remĂ©dio de combate Ă ansiedade â com o tratamento padrĂŁo pode melhorar a sobrevida dos pacientes com glioblastoma.
Para a pesquisa â publicada no jornal cientĂfico Science Advances â eles testaram o efeito do remĂ©dio em cĂ©lulas tumorais coletadas de 25 pacientes com glioblastoma, um tipo de cĂąncer no cĂ©rebro que costuma ser fatal.
Como funciona
Os pesquisadores constataram que o lĂquido cefalorraquidiano, responsĂĄvel pela proteção cerebral, faz esse tipo de cĂąncer no cĂ©rebro ficar mais resistente ao tratamento.
Com a resistĂȘncia do lĂquido, o tratamento se torna mais difĂcil. Foi aĂ que começou a busca por algo capaz de atingir as cĂ©lulas doentes sem afetar as saudĂĄveis.
Ao investigarem a base molecular, os cientistas verificaram que as cĂ©lulas cancerĂgenas expostas ao lĂquido eram mais resistentes Ă ferroptose, uma forma de morte celular induzida pelos tratamentos.
Diante da constatação, os pesquisadores resolveram testar um remédio à base de trifluoperazina, remédio utilizado para o tratamento de ansiedade. Detalhe: o remédio existe desde a década de 1950.
O medicamento foi capaz de tornar as cĂ©lulas sensĂveis a esses processos de morte provocados pelas terapias, sem prejudicar as cĂ©lulas cerebrais saudĂĄveis.
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Esperança e perspectivasÂ
Na pesquisa, os cientistas detalham que as células tumorais se adaptaram mais rapidamente e se tornaram mais resistentes aos tratamentos do glioblastoma (radiação e o medicamento temozolomida).
O professor associado Cedric Bardy ressaltou que o remédio associado ao tratamento convencional traz esperança a muitas pessoas diagnosticadas com gliobastoma, uma doença que chega sem dar sinais.
âO glioblastoma mata muitas pessoas que estĂŁo em boa forma, saudĂĄveis ââe jovens, em poucos meses. Esta Ă© uma doença horrĂvel e os tratamentos disponĂveis simplesmente nĂŁo sĂŁo suficientemente eficazes, apesar dos graves efeitos secundĂĄriosâ, disse.
Para o professor, a novidade oferece esperança e perspectivas. O próximo passo é ampliar os testes para que pacientes em maior escala consigam o tratamento.
âEstamos trabalhando duro agora para testar isso em pacientes em um ensaio clĂnicoâ, disse.
Cùncer no cérebro
O Instituto Nacional de CĂąncer (INCA) estimou que, para cada ano do triĂȘnio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 11.100 novos casos de tumores cerebrais/sistema nervoso central
Aqui uma sĂntese do estudo.
Portanto, a descoberta dos cientistas da AustrĂĄlia Ă© pra lĂĄ de bem-vinda!
Com informaçÔes do Neurosciencenews
Fonte: sonoticiaboa