Apesar de ser uma doença que é mais comum em adultos, afetando cerca de 30% da população brasileira, a pressão alta também pode ocorrer na infância, como alerta Jorge Afiune, presidente do departamento de Cardiologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
Por não ser frequente nas crianças, a hipertensão acaba não sendo investigada, na maioria dos casos, dificultando o diagnóstico e tratamento, como explicou Afiune.
Hipertensão
Conforme Jorge Afiune, a demora no diagnóstico de hipertensão na infância ainda pode causar um agravamento do quadro e problemas futuros na vida da criança ou do adolescente, já que o tratamento não é realizado.
Nesta sexta-feira (17), é celebrado o Dia Mundia da Hipertensão Arterial, que tem o objetivo de alertar pais e profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico e da medição da pressão arterial de crianças e jovens, rotineiramente.
A hipertensão é uma doença caracterizada por elevar os níveis de pressão sanguínea nas artérias. A pressão alta faz com que o coração se esforce mais do que o normal para que o sangue seja distribuído corretamente no corpo.
Tipos
A hipertensão pode ser primária ou secundária e, para cada uma, existe uma forma de tratamento, omo explica essa cartilha da Sociedade Brasileira de Pediatria.
No caso da primária, a doença pode ser causada por vários fatores e, geralmente, não possui uma causa específica. Ela pode estar ligada ao histórico familiar, fatores ambientais ou obesidade, por exemplo.
Já a hipertensão secundária tem uma causa específica e pode ocorrer por outros problemas de saúde já existentes na criança ou adulto.
Normalmente, a pressão alta é silenciosa. Mas, alguns sintomas podem servir de alerta para possíveis casos; são eles:
- dor de cabeça;
- dor na nuca;
- tontura;
- palpitações;
- falta de ar;
- fraqueza;
- alteração na visão.
Ainda conforme a SBP, a hipertensão pode afetar até os recém-nascidos e, para que o caso não se agrave, é preciso iniciar um acompanhamento desde os primeiros dias de vida.
Mudanças nos hábitos
Como explica o presidente do departamento de Cardiologia da SBP, a hipertensão pode estar ligada a outros fatores de saúde e revela hábitos ou estilos de vida que precisam ser mudados.
Ainda segundo Afiune, a pressão alta nos adultos, por exemplo, vem chegando mais cedo que o observado em anos anteriores.
Os fatores de risco, tanto para adultos quanto para crianças, incluem:
- sedentarismo;
- sobrepeso;
- obesidade;
- excessivo tempo de tela;
- poucas políticas públicas voltadas ao estímulo de atividades físicas e ao esporte.
Segundo o Ministério da Saúde, algumas atitudes podem prevenir o aparecimento da doença, como:
- Manter o peso adequado;
- não abusar do sal, utilizando outros temperos naturais que ressaltam o sabor dos alimentos;
- evitar alimentos ultraprocessados, ricos em gordura, açúcar e conservantes químicos;
- controlar a glicemia;
- praticar atividade física regular;
- aproveitar momentos de lazer;
- não fumar;
- moderar o consumo de álcool.
Casos no Brasil
A hipertensão pode afetar entre 3% a 15% das crianças e adolescentes no Brasil, como avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Em 2019, a doença matou mais de 110 pessoas a cada 100 mil habitantes no país.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram realizados cerca de 6,1 milhões de atendimentos para hipertensão a mais que em 2020.
*Com informações da Agência Brasil*
Fonte: primeirapagina