Os cartões envoltos por uma fita amarela, distribuídos pela família de Mike Emme, após o suicídio do rapaz em setembro de 1994, geraram um movimento que, duas décadas depois, mobilizaram o mundo.
A saúde mental brasileira, desde 2015, vem promovendo a campanha denominada “Setembro Amarelo”, que conta cada vez mais com a participação de instituições civis e militares, dentro e fora da esfera governamental.
Isso é algo positivamente significativo, uma vez que esta campanha gerou e mantém um movimento de luta contra o suicídio no Brasil e no mundo. Setembro Amarelo, anualmente, nos abre os olhos ao sofrimento mental e ao risco de suicídio que pode acompanhá-lo e estende nossa preocupação com este sério problema de saúde pública para todos os meses e dias do ano.
Entendemos que cada vez mais precisamos falar do assunto e, mais do que falar, precisamos ouvir aquelas pessoas que querem abordar isso, não para nos dar esclarecimentos sobre o tema, mas como uma forma de pedir ajuda. Devemos acreditar nessas pessoas em vez de julgar seus atos e palavras como inverídicos ou como mera ameaça.
Acolher e escutar essas pessoas e permitir a elas que falem de seus sofrimentos, torna mais confiáveis as orientações que lhes fazemos.
É claro que não temos certeza de quem atentará contra a própria vida, mas podemos prever o risco através dos sinais que a pessoa com esta intenção, de alguma forma emite, como quando diz que gostaria de sumir ou morrer, que a vida não vale mais a pena, que não há mais sentido em continuar vivendo, que perdeu a esperança em tudo, que sente um vazio e uma dor no peito, que parece não ter alívio com coisa alguma.
Sabe-se que se trata de uma pessoa imersa em grande sofrimento e que na imensa maioria dos casos é portadora de uma enfermidade mental. Afinal de contas, ninguém em sã consciência cometeria tamanho despautério.
Dentre essas enfermidades, a depressão ocupa o primeiro lugar. Outras doenças com muito ou algum risco são o transtorno bipolar, a dependência química, os transtornos da personalidade e a esquizofrenia.
Por isso, há necessidade de acompanhamento psiquiátrico e psicológico, com uso de medicamentos e, nos casos mais graves, pode ser necessária a internação hospitalar psiquiátrica.
A atenção deve ser redobrada, dia e noite, com possíveis meios de fácil acesso ao doente, como medicamentos, álcool, venenos, armas brancas e de fogo, residência em andares altos. Daí a relevância de orientação à família. etc.
É importante que essas pessoas sejam acolhidas, compreendidas, que não se sintam sozinhas e que se ponham à vontade para procurar ajuda e perceber que pode haver solução para seus problemas. O amparo diminui o desespero e pode fazer ressurgir a esperança, que parecia estar perdida.
Não podemos esquecer de que Setembro Amarelo é o mês que representa o ano todo de luta pela vida.
Fonte: primeirapagina