Via @portalg1 | Condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro na Espanha, mas atualmente em liberdade provisória, o ex-jogador de futebol Daniel Alves foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 80 mil de indenização por danos morais a cantores sertanejos por se apropriar de uma música. Cabe recurso da decisão.
Os músicos Giuliano Matheus e Thiago Matheus, conhecido como Thyy, apontaram que não foram incluídos na autoria da música “Avião”, lançada pelo atleta em 2020, em uma campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a desinformação na pandemia de Covid-19.
Originalmente, a canção seria uma homenagem ao avô de Giuliano.
No processo, os compositores dizem que Daniel Alves os convidou para ir a Barcelona em 2016, com o intuito de entrar no ramo da música por meio de uma parceria. No ano seguinte, na Itália, mostraram a música para o jogador, que gostou e pediu para fazer algumas modificações, aceitas pela dupla.
Segundo o depoimento dos artistas, a relação acabou por divergências comerciais, sem que a música tivesse sido lançada.
Já a defesa de Daniel Alves alegou que foi o atleta quem concebeu sozinho a música ainda em 2015 — e que Giuliano teria feito sugestões para a letra, que não teriam sido aceitas pela ex-jogador.
Em sua sentença, a juíza da 41ª Vara Cível da capital apontou que Daniel Alves não apresentou qualquer elemento que confirmasse a versão de que ele teria escrito sozinho a canção em 2015.
A magistrada destaca, ainda, que há mensagens enviadas por um assessor do jogador em 23 de abril de 2020 em que reconhece que a música foi escrita conjuntamente por Thiago e por Daniel.
“Os documentos armazenados nos computadores dos autores corroboram a sua versão de que um esboço foi inicialmente escrito por Giuliano, que apresentou a música para o réu Daniel, o qual, por sua vez, fez algumas sugestões na letra”, justificou.
O g1 procurou a defesa de Daniel Alves e aguarda retorno.
Condenação por estupro
Daniel Alves foi acusado de agredir sexualmente uma mulher de 23 anos no banheiro de uma boate de Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022. Ele foi detido no dia 20 de janeiro de 2023, quando compareceu para um depoimento, e mantido em prisão preventiva, no Centro Penitenciário Brians 2.
Duas semanas depois do julgamento de três dias, em fevereiro de 2024, a 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona anunciou a sentença de quatro anos e meio de prisão, mais cinco anos de liberdade supervisionada.
Por g1 SP — São Paulo
Fonte: @portalg1