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Casal de contadores é condenado por esquema de R$ 15 milhões em MT: decisão da Justiça é mantida

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Conteúdo/ODOC – O juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou recurso e  manteve a condenação do casal de contadores Dalvane Santana e Isaques Pedro da Rosa a 28 anos e oito meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro obtido em fraudes fiscais. O esquema causou um prejuízo de R$ 15 milhões ao erário. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (6) no Diário de Justiça.

Isaques, Dalvane e o pai dela, David José Santana, foram condenados pelo magistrado em junho deste ano. David José foi sentenciado a nove anos de prisão, também em regime inicial fechado, por atuar como “laranja” no esquema. Eles recorrem em liberdade. Já a esposa dele e mãe de Dalvane, Maria Lucia Santana, foi absolvida.

No recurso,  casal de contadores alegou omissão na sentença, o que foi negado pelo juiz. “Isso porque, apesar dos acusados alegarem que não são servidores públicos e que o crime praticado é de mão própria, a doutrina e jurisprudência adotam o posicionamento de que não há impedimento de participação de particulares”, escreveu.

“Embora não se possa falar em coautoria em delitos de mão própria, nada impede que haja concurso de partícipes. Os partícipes, mesmo não possuindo o domínio sobre o fato, podem, de alguma forma, concorrer para a infração penal, induzindo, instigando ou auxiliando materialmente o autor”, acrescentou.

Entenda o esquema

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Dalvane, se valendo da expertise que adquiriu como estagiária da Agência Fazendária (Agenfa) de Juína, e, após deixar o órgão público, passou cooptar antigos colegas ao fornecimento de senhas restritas.

Com o acesso ao sistema da Sefaz, ela e marido, que eram sócios-proprietários da empresa Tributare Assessoria Empresarial Ltda, passaram a realizar diversas manobras que acabaram por manipular créditos tributários.

Ainda conforme a denúncia, as fraudes se davam através de transferência da empresa a pessoas usando documentos falsos, ampliando parcelamento e isentando débitos sem qualquer processo administrativo. “Ao assim proceder, dos autos se extrai que atacaram a Administração Pública, ocasionando prejuízo estimado em mais de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais)”, diz trecho do processo.

Conforme a denúncia, com o dinheiro o casal passou a adquirir imóveis nos nomes do pai e da mãe de Dalvane.

Na decisão condenatória, o juiz citou que diferente da mãe, o pai dela tinha conhecimento das práticas ilícitas.

Fonte: odocumento

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