De acordo com o boletim de ocorrência, o supervisor de segurança da empresa privada ATA, Moisiel Araújo Pereira, relatou o caso à polícia e afirmou ter utilizado um drone para monitorar a propriedade durante a manhã. As imagens capturadas revelaram um caminhão e um trator retirando madeira de uma área sensível. A operação foi interrompida temporariamente, mas o transporte da madeira foi concluído apenas no dia seguinte.
A ocorrência foi formalizada no Boletim de Ocorrência nº 2024.355567, elaborado pela Polícia Judiciária Civil de Santa Terezinha. O caso também está relacionado a outros dois boletins registrados anteriormente, que seguem em investigação.
“As imagens comprovam o que já estamos há tempos apontando, que é a devastação de uma importante área de preservação ambiental. O grupo invasor ainda insiste em se manter na propriedade, afirmando ser uma área devoluta e por isso livre para ser tomada. Contudo, já são 16 anos de uma batalha em que duas instâncias judiciais de Mato Grosso, o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça atestam que os proprietários têm a posse do imóvel há mais de 30 anos, que é uma propriedade produtiva e ainda cumpre com uma importante função socioambiental”, comenta o advogado Maurozan Cardoso da Silva, responsável pela defesa da Itapura Agropecuária, proprietária da fazenda.
A Comissão Regional de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, representada pelo juiz Alex Ferreira Duarte, da Comarca de Vila Rica, realizou nesta sexta-feira, dia 22, uma visita à fazenda para buscar alternativas de solução ao conflito fundiário que envolve a área. Pertencente à Agropecuária São Sebastião, a fazenda enfrenta invasões há 16 anos e tem 80% de seu território preservado como reserva legal, dentro da Floresta Amazônica.
Após decisões judiciais em primeira e segunda instâncias que determinam a reintegração de posse da fazenda, os posseiros instituíram a “Gleba Pelissioli” e já foram também alvo de fiscalizações por parte do IBAMA e Ministério Público, que pede uma indenização de R$ 27,9 milhões pelo desmatamento criminoso de quase 6 mil hectares da Floresta Amazônica e Reserva Legal do local. As ações ilegais incluem extração de madeira, queimadas para a criação de gado e até a instalação de pesqueiros.
Fonte: Olhar Direto