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Agronegócio

O que esperar das safras do Brasil e da Argentina? Confira análise da hEDGEpoint

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Antes de mergulhar diretamente nos últimos desenvolvimentos climáticos, temos que posicionar a safra do Brasil e da Argentina. A primeira diferença é que no Brasil, em média, a soja encontra-se dentro dos estágios de desenvolvimento esperados. A maior parte das lavouras está em fase reprodutiva, embora já saindo dela e com a colheita já começando, principalmente no Mato Grosso.

Ainda assim, deve-se notar que essas etapas podem variar, com o Sul seguindo um calendário posterior. Na Argentina, porém, além de um calendário já defasado, mais próximo dos estados do Sul do Brasil, a safra também está atrasada em relação à sua própria média. Assim, a maioria das áreas ainda está entrando nas fases reprodutivas de seu desenvolvimento, as mais críticas para a definição da produtividade.

Isso é ainda mais verdade quando olhamos para o . O país tem duas safras de milho e a primeira está com 40% de floração (20 p.p. abaixo da média), representando apenas 17% da safra total (vs 32% na média de 5 anos).

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Argentina

Não é segredo que a safra argentina passa por um momento muito ruim neste ciclo. No entanto, uma das consequências do atraso nas safras é que ainda pode haver tempo para evitar perdas maiores. Com isso não queremos dizer que a colheita pode ser boa, isso já é passado. No entanto, as chuvas recentes têm ajudado e o NDVI melhorou nos departamentos do sul.

Ainda assim, não queremos exagerar, as lavouras continuam em péssimo estado. O relatório de progresso da safra da Bolsa de Cereales (BC) mostrou condições boas e excelentes de soja em apenas 3% (vs ~ 30% no ano passado, que já não foi um ótimo ano), bem como 4 p.p. de aumento nas categorias ruim e muito ruim na última semana.

No milho, o é semelhante. A BC relatou B/E em 5% (vs 22% no ano passado) e R/MR em 37% (inalterado na semana). 

Brasil

No Brasil, o cenário é bem menos preocupante, pelo contrário, é majoritariamente positivo. O único estado com problemas atualmente é o Rio Grande do Sul, que enfrenta condições climáticas semelhantes às da Argentina.

Como atenuante, do mesmo modo que o vizinho do Brasil, o estado também é o último a plantar e colher sua safra, dando-lhe mais tempo para se recuperar – ou quebrar, se o clima não ajudar.

A colheita já começou no Mato Grosso e deve acontecer em breve em outros estados. Assim, o clima nas primeiras regiões a plantar começará a perder relevância. Além disso, as produtividades iniciais foram maiores do que o esperado, segundo relatos.

A questão será se a produção maior no Centro-Oeste compensará as possíveis perdas no RS, que são prováveis.

Clima

Como mencionado anteriormente, as chuvas recentes melhoraram as condições no sul do Brasil e em partes da Argentina. Ainda assim, os níveis de NDVI estão abaixo da média nessas regiões.

Quanto ao , as previsões ainda variam bastante e não necessariamente concordam o tempo todo. Ainda assim, entre EPS e GEFS (modelos europeu e americano, respectivamente), a tendência parece ser de seca moderada no sul do Brasil de 20 a 27 de janeiro, seguida de superávit nos 7 dias seguintes.

De acordo com os mesmos modelos, a Argentina deverá apresentar superávits no período que, dado o estágio das lavouras, poderia evitar perdas maiores sobre o que já se projeta neste momento.

Conclusões

As condições climáticas não têm sido favoráveis às lavouras neste ciclo, principalmente na Argentina e no Sul do Brasil. No caso do , nem toda esperança está perdida. As previsões do tempo ficaram positivas nas últimas semanas e, devido ao atraso na safra, elas ainda podem ajudar as estimativas de produção a não continuarem caindo como no passado. Por enquanto, estamos projetando 40,5M ton em soja e 48M ton em milho.

No caso do Brasil, nossa estimativa de produção de soja é de 150M ton, contando algumas perdas no Rio Grande do Sul, mas maiores produções no Centro-Oeste, especialmente Mato Grosso e Goiás.

Desnecessário dizer que uma deterioração ou melhora das safras ainda pode mudar esses números, especialmente para a Argentina, que não está tão adiantada em seu calendário.

Fonte: portaldoagronegocio

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