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Racismo contra Vini Jr. no futebol pode ameaçar relações diplomáticas

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O Ministério das Relações Exteriores pretende convocar a embaixadora espanhola em Brasília, Mar Fernández-Palacios, para dar explicações sobre os insultos racistas de torcedores espanhóis contra o jogador Vinícius Júnior, do Real Madrid. No domingo 12, adeptos do Valencia Club de Fútbol chamaram o atleta brasileiro de “mono” — em português, macaco.

Ao mesmo tempo, o embaixador brasileiro em Madri, Orlando Leite Ribeiro, solicitou previdências à LaLiga — entidade que organiza o Campeonato Espanhol — e ao governo da Espanha. Os insultos racistas constantes contra o jogador brasileiro motivaram a ação dos diplomatas.

A secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, reiterou nesta segunda-feira, 22, o descontentamento do governo brasileiro com o caso. “Mais que a ignorância e a maldade dos torcedores que praticaram — e vêm, há tempo, praticando — atos abjetos de racismo, espanta a persistência dos crimes cometidos contra o atleta brasileiro, contra todos os afrodescendentes e, sim, contra toda a humanidade, a cada cântico e a cada gesto racista lançado contra o jogador”, afirmou a secretária-geral.

A Embaixada da Espanha em Brasília condenou os insultos racistas contra Vinícius, alegando que “expressa total solidariedade” ao jogador pelos “intoleráveis e covardes ataques” sofridos no jogo contra o Valencia. A diplomacia brasileira afirma que tais atitudes “não refletem as posições antirracistas da absoluta maioria da população espanhola”.

Governo espanhol critica racismo contra Vini Jr.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também condenou as manifestações racistas. “Tolerância zero com o racismo no futebol”, salientou o político. “O esporte se fundamenta nos valores da tolerância e do respeito. O ódio e a xenofobia não devem ter lugar em nosso futebol e em nossa sociedade.”

Nas redes sociais, Vinícius lamentou o preconceito dos torcedores do Valencia. “Não foi a primeira vez, nem a segunda nem a terceira”, escreveu. “O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também, e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas, hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Concordo. Mas sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui.”

Fonte: revistaoeste

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