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Chechênia proíbe músicas em ritmo extremo: lentas ou rápidas demais

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As autoridades da República Russa da Chechênia anunciaram a proibição de músicas muito rápidas ou muito lentas. De acordo com a agência russa Tass, músicas que não estejam entre 80 e 116 BPM (batimentos por minuto) não vão ser reproduzidas.

O ministro da Cultura, Musa Dadayev, anunciou a decisão de limitar todas as composições musicais, vocais e coreográficas a um ritmo que varia de 80 a 116 batidas por minuto (bpm), em uma reunião na sexta-feira 5.

“Anunciei a decisão final, em acordo com o chefe da República Chechena Ramzan Akhmatovich Kadyrov, de que a partir de agora todas as obras musicais, vocais e coreográficas devem corresponder a um andamento de 80 a 116 batidas por minuto”, ressaltou Dadayev.

Segundo a diretiva de Kadyrov, a região russa quer garantir que as criações musicais e de dança chechenas se alinhem com a “mentalidade e ritmo musical checheno”. O objetivo é reforçar a “herança cultural” da nação, acrescentou Dadayev. Com a proibição, muitas músicas de estilos musicais, como pop e techno, serão banidas.

Relatos de intolerância na Chechênia

A Chechênia fica na região do norte do Cáucaso, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro. É uma república quase inteiramente muçulmana, que inclui parte da fronteira da Rússia com a Geórgia.

Kadyrov é líder do local desde 2007 e usou seu tempo no cargo para reprimir dissidentes. Também houve relatos de ondas de violência contra homens gays.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma reunião de trabalho com o Chefe da República Chechena, Ramzan Kadyrov, em 2023 | Foto: Divulgação/Kremlin
O Presidente Da Rússia, Vladimir Putin, Em Uma Reunião De Trabalho Com O Chefe Da República Chechena, Ramzan Kadyrov, Em 2023 | Foto: Divulgação/Kremlin

No início de 2017, peritos em direitos humanos da pediram às autoridades uma investigação sobre supostas alegações de que homens homossexuais se tornaram alvo de ataques. Além disso, a imprensa local relatou que alguns tinham sido assassinados, em razão de sua opção sexual.

Uma outra onda de perseguição a homossexuais surgiu em janeiro de 2019, quando ativistas afirmaram que dezenas de homens e mulheres foram detidos e pelo menos dois morreram sob custódia.

Em resposta, Kadyrov disse que não havia gays em sua república e que, se houvesse, deveriam ser retirados da região. O líder pró-Kremlin também subjugou o movimento separatista checheno que lutou pela independência da Rússia durante quase duas décadas.

Em julho de 2020, o Departamento de Estado dos Estados Unidos sancionou Kadyrov por seu “envolvimento em graves violações dos direitos humanos”.

Conforme a declaração do então secretário de Estado, Mike Pompeo, o departamento afirma ter provas sobre a responsabilidade de Kadyrov “por numerosas violações graves dos direitos humanos que remontam a mais de uma década, incluindo tortura e execuções extrajudiciais”.

Fonte: revistaoeste

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