O ex-presidente do Chile , de 74 anos, morreu, nesta terça-feira, 6, em um acidente de helicóptero ocorrido na região de Los Ríos, no sul do país. A morte de Piñera foi confirmada em comunicado oficial de sua assessoria.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, decretou luto por causa da morte do ex-presidente chileno. Segundo a ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá, “Piñera foi um presidente eleito democraticamente por duas ocasiões e terá as honras que merece”.
O helicóptero onde viajava caiu no setor rural de Ilihue, no município de , dentro de uma lagoa.
O decolou em meio a um dia de chuva que atinge a região e, depois de alguns minutos de voo, perdeu força.
“
Pelo menos quatro pessoas estavam no helicóptero, que pertencia ao ex-presidente. Ele viajava com sua irmã Magdalena e um amigo e seu filho. Os três sobreviveram.
não conseguiu tirar o cinto de segurança e se afogou, segundo reportagens da imprensa local.
A CNN Chile informou que a Procuradoria Regional de Los Ríos confirmou a abertura de uma investigação sobre o acidente do helicóptero em que viajava o ex-presidente. Os procedimentos de investigação foram instruídos à Brigada de Homicídios da Policía de Investigaciones de Chile (PDI), além da atuação dos guardas do GOPE.
Principal figura da direita no país
O jornal La Tercera afirmou que Piñera estava voltando de uma visita a um amigo, o empresário José Cox. A rede CNN do Chile acrescentou que Piñera costuma pilotar o próprio helicóptero.
Sebastián Piñera foi presidente do Chile por duas vezes, entre 2010 e 2014 e entre 2018 e 2022. No fim de 2021, o Senado rejeitou um pedido de impeachment contra ele, que na ocasião foi acusado de corrupção.
Ele também atuou como senador de 1990 a 1998 e candidato à Presidência da República nas eleições de 2005. Na ocasião, foi derrotado no segundo turno pela socialista Michelle Bachelet.
Nas últimas três décadas, Piñera assumiu o papel de principal figura política da direita no país.
Também foi, entre 2011 e 2013, o primeiro presidente pro tempore da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e, entre 2019 e 2024, o primeiro presidente pro tempore do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul, sigla em inglês).
Início da carreira política
Nascido em Santiago do Chile em 1º de dezembro de 1949, Sebástian Piñera era filho de José Piñera Carvallo (1917-1991) e de Magdalena Echenique Rozas (1919-2000). Foi o terceiro de seis irmãos: Guadalupe, José, Sebastián, Pablo, Miguel e Magdalena, segundo o jornal Opinión.
Casou-se em 1973 com Cecilia Morel, com quem teve quatro filhos: Magdalena, Cecilia, Sebastián e Cristóbal.
O ex-presidente era engenheiro comercial de profissão com estudos na Universidade Católica do Chile e na Universidade de Harvard. O Opinión disse que Piñera cresceu em uma família democrata-cristã.
O pai dele atuou como embaixador do Chile na Bélgica e na Organização das Nações Unidas (ONU) sob a administração do ex-presidente Eduardo Frei Montalva, pai do também ex-presidente do Chile, Eduardo Frei Ruiz-Tagle, entre 1994 e 2000.
O ofício do seu pai delineou o início da trajetória de Sebastián Piñera. Em seus primeiros anos profissionais dedicou-se ao ensino, foi consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial.
Também atuou na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. Sua experiência com política e finanças internacionais foi acrescida, entre 1974 e 1978, com as atuações como consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), consultor do Banco Mundial (1975-1978) e na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Ele marcou sua posição de direitista ao, no plebiscito de 5 de outubro de 1988, votar “Não” para o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1974-1990).
Foi um divisor de águas para sua vida política. Em 1989, Piñera foi candidato a senador independente do Pacto para a Democracia e o Progresso da Região Metropolitana do Leste. Eleito para o período 1990-1998, ingressou na Renovação Nacional.
Fonte: revistaoeste
