O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) recorreu ao nesta quinta-feira, 22, para forçar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O parlamentar acusa o presidente da CĂąmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de omitir-se diante de um requerimento com 184 assinaturas â nĂșmero superior ao mĂnimo necessĂĄrio para a abertura de uma CPI.
A proposta da oposição pretende apurar denĂșncias de fraudes no INSS. De 2019 a 2024, um esquema criminoso desviou R$ 6,3 bilhĂ”es por meio de descontos associativos nĂŁo autorizados aplicados em benefĂcios de aposentados e pensionistas.
A PolĂcia Federal e a Controladoria-Geral da UniĂŁo jĂĄ conduzem investigaçÔes paralelas. Nikolas afirma que barrar a CPI fere a Constituição e viola o direito da oposição no Congresso.
âO que estamos enfrentando Ă© um ato de omissĂŁo, de afronta Ă Constituição e de desrespeito Ă população brasileiraâ, escreveu o deputado em suas redes sociais.
A iniciativa do parlamentar se baseia em um precedente criado durante o governo Bolsonaro. Em abril de 2021, o ministro LuĂs Roberto Barroso, hoje presidente do STF, concedeu um mandado de segurança que obrigou o Senado a instaurar a CPI da Covid.
O plenĂĄrio do STF validou a decisĂŁo ao reconhecer que impedir o andamento da comissĂŁo violava o direito da minoria parlamentar. Como resultado, Nikolas tenta aplicar a mesma lĂłgica para garantir que a CPI do INSS avance.
âCaso neguem, nĂŁo serĂĄ surpresa para ninguĂ©m, mas escancararĂĄ para todo o Brasil que o STF expressamente tambĂ©m nĂŁo deseja a investigação do rombo do INSSâ, concluiu o deputado mineira.
Com o pedido travado na Cùmara, a oposição articulou uma nova frente: o protocolo de uma no Senado. Uma CPI é composta de senadores e deputados.
O requerimento contou com o apoio de 223 deputados e 36 senadores. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), prometeu ler o pedido em plenårio até junho, abrindo caminho para a investigação no Congresso.
Nikolas afirma que o Parlamento nĂŁo pode ignorar um âesquema criminoso que atacou diretamente quem mais precisa: aposentados, pensionistas e segurados do INSSâ.
Fonte: revistaoeste