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Natal: Mulheres e famílias se unem mesmo à distância

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Malas organizadas, caixas improvisadas e longas horas de espera fazem parte do ritual de fim de ano para milhares de brasileiros. Na rodoviária de Brasília, a diarista Maria dos Navegantes, de 51 anos, se preparava para enfrentar mais de 700 quilômetros de estrada até Frutal, em Minas Gerais, onde passaria o Natal com a filha e as netas.

O valor das passagens, que supera R$ 1 mil, torna inviável repetir a viagem ao longo do ano. Ainda assim, ela encontrou uma forma de transformar a saudade em presentes acumulados ao longo dos meses. Para Maria, o maior presente é o reencontro com a família.

Esse apego ao Natal vai além da tradição religiosa. Levantamento do Instituto Locomotiva aponta a data como o principal momento de reunião familiar no Brasil. Segundo a pesquisa, 61% dos brasileiros afirmam estar sempre com a família no Natal, enquanto 32% dizem que isso ocorre algumas vezes.

As mulheres demonstram vínculo ainda mais forte com esses encontros. O estudo mostra que 65% delas participam regularmente de reuniões familiares mensais, índice superior ao dos homens, que somam 58%.

A pesquisa ouviu mais de 4 mil pessoas com mais de 18 anos em todo o país. Os dados revelam que 68% dos entrevistados consideram importantes os rituais familiares e as datas comemorativas. Para 75%, a sensação de felicidade só é completa quando compartilhada com quem se ama.

A relevância do Natal faz com que algumas famílias adaptem a celebração. A pedagoga Laíssa Macedo, de 26 anos, adiantou a confraternização para o dia 21 de dezembro antes de seguir para uma ação missionária social em Conceição da Paraíba, onde pretende distribuir materiais escolares e itens de higiene. Ela retorna apenas no fim de janeiro.

Histórias de distância também marcam a data. A agricultora Adelina Maria de Jesus, de 67 anos, não conseguiu reunir os quatro filhos, espalhados por diferentes regiões do país em busca de trabalho. Com renda limitada a um salário mínimo, ela e o marido vivem em um assentamento rural em Rubiataba, em Goiás. O sonho de um Natal com todos juntos permanece há mais de 15 anos.

Mesmo longe, o desejo de convivência persiste. A diarista Joselita da Conceição, de 51 anos, viajou quase 19 horas de ônibus até Ituberá, na Bahia, para rever cerca de 30 familiares. Para ela, o fim de ano é o momento de reforçar os laços e permitir que filhos e netos convivam com parentes que veem raramente.

O levantamento do Instituto Locomotiva também mostra que 65% dos brasileiros passam menos tempo com a família do que gostariam e que nove em cada dez têm parentes morando longe. Ainda assim, o Natal segue como a data em que a saudade dá lugar ao reencontro.

Fonte: cenariomt

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