O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse nesta quarta-feira, 28, que qualquer provocação vinda da Coreia do Norte deve ser enfrentada com uma retaliação sem hesitação. A fala ocorre depois de Seul acusar Pyongyang de invadir o espaço aéreo sul-coreano com drones.
De acordo com o governo do país, cinco drones norte-coreanos cruzaram a fronteira dos dois países na última segunda-feira, 26, levando os militares a enviar helicópteros e caças para tentar contê-los. A intrusão é a primeira desde 2007.
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“Devemos punir e retaliar qualquer provocação da Coreia do Norte. Esse é o meio mais poderoso para impedir provocações. Não devemos temer ou hesitar só porque Pyongyang tem armas nucleares”, disse Yoon em uma reunião com seus assessores, segundo seu secretário de imprensa, Kim Eun-hye.
A suposta invasão rendeu críticas à Coreia do Sul sobre seus sistemas de defesa e fez com que Yoon repreendesse seus militares por não terem derrubado os drones enquanto sobrevoavam por horas o território sul-coreano.
Em resposta, Seul também enviou drones para cruzar a fronteira e, de acordo com o ministro da Defesa, Lee Jong-sup, o presidente ordenou que eles fossem enviados como resposta “mesmo que isso significasse arriscar uma escalada”. Os militares, por sua vez, se desculparam e disseram que não conseguiram abater as aeronaves porque elas eram muito pequenas.
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As relações entre as Coreias estão tensas há décadas, mas se intensificaram nos últimos meses, principalmente devido à abordagem mais linha dura do governo de Yoon. Do outro lado, o regime norte-coreano realizou um número recorde de testes com mísseis e o líder Kim Jong-un disse recentemente que seu país pretende ter a força nuclear mais poderosa do mundo. Autoridades da inteligência dos Estados Unidos dizem que Pyongyang pode estar se preparando para retomar os testes de armas nucleares pela primeira vez desde 2017.
Mais cedo nesta quarta, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou planos de gastar mais de 560 bilhões de wons (R$ 2,3 bilhões) nos próximos cinco anos para melhorar suas defesas contra drones. Ainda de acordo com a pasta, o governo pretende adquirir também mais jatos furtivos e submarinos balísticos, além de acelerar o sistema de interceptação de foguetes.
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“Fortaleceremos nossa capacidade de retaliação para poder destruir instalações importantes em qualquer lugar da Coreia do Norte em caso de ataque nuclear ou uso de armas de destruição em massa”, afirmou o ministério em nota. c
Fonte: Veja