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Scholz pede para China pressionar Rússia a encerrar guerra na Ucrânia

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Durante conversas com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim nesta sexta-feira, 4, o chanceler alemão, Olaf Scholz, instou a China a usar sua influência sobre a Rússia para colocar um fim na guerra na Ucrânia.

Segundo Scholz, ele e Xi concordaram que as nucleares da Rússia são irresponsáveis ​​e altamente perigosas na visita curta, de apenas 11 horas. A agência de notícias Xinhua reportou que o presidente chinês pediu apoio aos esforços para encerrar a crise pacificamente e se opor ao uso ou ameaça de uso de armas nucleares. Contudo, Xi não chegou a condenar a invasão do líder russo, Vladimir Putin, neutralidade que procura manter desde o início do conflito.

A viagem de Scholz despertou críticas na Alemanha e outros países da Europa, já que o líder chinês acaba de garantir, pelo menos, mais cinco anos no poder, consolidando sua influência na cúpula política do Partido Comunista Chinês e na nação.

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Ele é o primeiro líder ocidental a viajar para Pequim desde o início da pandemia, bem como o primeiro a se encontrar com o presidente Xi desde que ele foi indicado para um terceiro mandato inédito no Congresso Nacional do Partido Comunista no mês passado, tornando-se o líder mais poderoso desde Mao Tsé-Tung.

Para membros do próprio governo alemão, o momento da visita é, no mínimo, questionável. Eles temem que sua presença esteja sendo usada para polir a reputação manchada de autoritarismo de Xi. Mas o chanceler alemão, como sua antecessora Angela Merkel, argumenta que os problemas globais só podem ser resolvidos através da cooperação com a China. O encontro cara a cara, disse ele, facilitou a discussão, mesmo de questões sobre as quais ambos os países discordam fortemente.

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Durante a conversa, os dois líderes reconheceram que os tempos eram difíceis, e o presidente Xi expressou seu desejo de trabalhar em conjunto em “tempos de mudança e turbulência”. Ambos concordaram em continuar conversando para além do encontro – sobre a guerra na Ucrânia, a segurança alimentar e energética global, as mudanças climáticas e a pandemia.

Scholz também pontuou a posição da sobre Taiwan – qualquer mudança do status quo deve ser pacífica e com acordo mútuo – e sobre os direitos humanos – eles devem ser protegidos, especialmente no que diz respeito às minorias em Xinjiang.

O chanceler alemão chegou ao poder prometendo uma política externa baseada em valores e uma mudança na abordagem da Alemanha em relação à China; uma promessa que ele reiterou antes de sua visita. “Se a China está mudando, nossa abordagem em relação à China deve mudar”, disse ele.

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Mas muitos na Alemanha e na Europa simplesmente não confiam em Scholz; em parte por causa de uma recente – e controversa – proposta de venda de uma participação no porto de Hamburgo para uma empresa chinesa. Seis de seus ministros se opuseram ao acordo e os serviços de segurança pediram cautela, mas Scholz supostamente forçou um acordo. A suspeita em Berlim era que ele queria um “presente” para levar para a China.

E Scholz escolheu viajar com uma delegação de executivos de empresas alemãs como BASF, Volkswagen e Bayer – sinal que supõe intensificar a cooperação econô. Levar executivos era uma prática padrão para Merkel, que seguiu uma política de “Mudança por meio do comércio”, acreditando que os laços econômicos poderiam influenciar as relações políticas com países como China e Rússia.

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Mas a dependência da Alemanha da energia barata da Rússia revelou as falhas inerentes a essa estratégia. E a China, outrora parceira, agora também é vista como rival em Berlim. Se a China invadir Taiwan, por exemplo, mais de um milhão de empregos alemães que dependem da ilha podem entrar em risco.

O líder alemão terá que realizar um malabarismo complicado. Proteger a economia alemã sem correr o risco de acusações (houve algumas nos últimos meses) de que ele está colocando os interesses empresariais alemães acima de todos os outros.

Fonte: Veja

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